Os millennials estão a beber toda a produção mundial de café

Este artigo foi originalmente publicado na nossa plataforma Munchies.

Antigamente não bebias tanto. Costumavas aguentar alguns dias sem ingerires uma gota que fosse da poderosa bebida. Mas, agora, um inocente macchiato a meio da manhã é o prelúdio para o latte das três da tarde e um expresso rápido é mesmo aquela alavanca que precisas para estares pronto para os copos pós-trabalho.

Não te preocupes, não estás sozinho.

Um novo relatório da empresa de análise de mercados Bloomberg, salienta que a procura global de café atingiu o maior pico de sempre. E os culpado são os millennials. Os dados mostram que, nos Estados Unidos, por exemplo, pessoas entre os 19 e os 34 anos são, agora, 44 por cento do total de consumidores de café.

E todos nós estamos a beber mais do que alguma vez bebemos.

O consumo diário de café subiu a uma taxa que compensa a quebra registada nas gerações mais velhas. Entre 2012 e 2016, o número de lattes, galões, cappuccinos e companhia, bebidos por pessoas entre os 18 e os 24 anos, subiu dos 34 por cento para os 48 por cento. Na faixa dos 25-30 anos, os números saltam dos 51 para os 60 por cento.

Os dados da Bloomberg revelam ainda que, ao mesmo tempo que os consumos de café quebram recordes, maior é o perigo de enfrentarmos uma seca total na produção. As provisões estão, neste momento, sob ameaça na maior parte das regiões produtoras da América do Sul. Os especialistas continuam a debater as razões por detrás do problema - as culpas, aparentemente, recaem na combinação entre doenças, temperaturas mais elevadas e o aumento do preço dos fertilizantes -, mas não há como negar que a produção de café tem diminuído nos últimos anos. Em 2012, as colheitas de café da América do Sul caíram para cerca de metade e os peritos prevêem que, em 2050, metade das actuais regiões de cultivo do Mundo podem estar impróprias para produção.

A Bloomberg diz também que, a cada vez maior procura de café, a par com o corte no fornecimento, fez com que os preços de mercado subissem. Neste momento, por exemplo, o preço do grão de arábica atingiu o nível mais alto desde 2015. Se calhar é melhor começares a armazenar esses grãos… ou então cortares para apenas duas bicas [ou cimbalinos] por dia.