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Como está o debate pelo direito de morrer sem dor e com dignidade no Brasil

Associações médicas nacionais e internacionais se reúnem no Rio de Janeiro para discutir a prática do suicídio assistido.

Eleonor* tinha 18 anos quando descobriu que estava com câncer na pleura, a membrana que recobre o pulmão. "Fiquei devastada. Pensei que fosse morrer em poucos meses", relata. O desespero foi tanto que, pouco depois do diagnóstico, embarcou com a mãe e a irmã para a Suíça, o único país onde um estrangeiro pode dar cabo da própria vida com ajuda de terceiros.

Em Zurique, as três visitaram a Dignitas, uma clínica especializada em suicídio assistido que, pela quantia de 4.400 francos suíços (R$ 13.200), ajuda portadores de doenças degenerativas, incuráveis ou progressivas a ter uma morte rápida e indolor. A instituição foi fundada em 1998, pelo advogado suíço Ludwig Minelli, e já conta com 7.100 membros. Em 2005, abriu uma sucursal em Hannover, na Alemanha.

Estima-se que, desde sua fundação, a Dignitas já tenha ajudado mais de mil pacientes a dar um fim no seu sofrimento. Um dos casos mais famosos é o do jogador de rúgbi britânico Daniel James, que ficou paraplégico aos 22 anos. Sua história inspirou o livro Como Eu Era Antes de Você, da escritora Jojo Moyes. Muitos estrangeiros vão à Suíça porque o suicídio assistido não é permitido em seus países de origem.

Uma pesquisa coordenada pela Universidade de Zurique e publicada na revista Journal of Medical Ethics apurou que, entre 2008 e 2012, 611 estrangeiros resolveram tirar a própria vida na Suíça. Desses, 268 eram alemães, 126 britânicos e 66 franceses. Detalhe: há cinco outras clínicas semelhantes no país, mas nenhuma delas aceita pacientes de outras nacionalidades.

Durante os quatro dias que passou na Dignitas, Eleonor conversou com médicos e enfermeiros, conheceu as dependências da clínica e pesou os prós e contras de sua decisão. Por fim, resolveu trocar a clínica na Suíça por um hospital nos EUA: o M.D. Anderson, em Houston, no Texas, referência mundial no tratamento do câncer. "Vale a pena lutar pela vida até o último segundo", declara.

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