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Motherboard

A história de amor e obsessão entre memes e crise política no Brasil

Comunicólogos tentam explicar sem usar memes o que ocorre nessa catarse virtual.

A bomba estourou na quarta-feira à noite às 19h30. Nem bem meia hora depois, quando todos digeriam a delação publicada n' O Globo que comprometia o senador Aécio Neves e do presidente Michel Temer, as redes sociais viviam estranha euforia. Nos computadores e celulares, em suas casas e escritórios, todos queriam se expressar. Dentre as mais diversas reações, que iam do desdém à alegria, a maior parte delas acompanhava memes coloridos, toscos, engenhosos ou cômicos. A produção era tamanha que nem o mais obsessivo colecionador dava conta de acompanhar.

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Ainda que em maior escala, o fenômeno não era novo. A produção memética nacional foi vista em todos os momentos da política nacional recente, desde as investigações sobre o Mensalão até os desdobramentos da Lava Jato. Mas por que somos essa, digamos, potência de fabricar memes tão rapidamente? O que torna o brasileiro tão aficionado pela arte de criar piadas e mensagens irreverentes em cenários de crise política?

A explicação não tem resposta simples para ser passada, assim, via meme. Mas há muitas pistas. Para o professor de comunicação da Universidade Federal Fluminense e coordenador do Museu de Memes, Viktor Chagas, o que se viu foi parte de uma catarse coletiva. Ele aponta que, na maior parte dos casos, são pessoas tentando processar suas sensações e divulgá-las com adição de suas próprias referências. É, ao mesmo tempo, uma manifestação popular de indignação. "Uma relação entre o lúdico e a discussão política", comentou.

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