Imagem principal, créditos NASA
Cinquenta anos atrás, Henry Rogers pegou um elevador para o inferno.Rogers era inspetor de qualidade da NASA e trabalhava em uma simulação rotineira de lançamento da Apollo 1, a primeira missão tripulada da Apollo, em Cabo Canaveral, na Flórida, nos EUA. Enquanto ele subia de elevador, irrompeu um incêndio na cabine da espaçonave. Quando Rogers pisou na sala branca — espaço que conecta a torre de lançamento à cabine —, as chamas já haviam se alastrado e a fumaça preta preenchia o ambiente."Ele poderia muito bem ter dado meia-volta e escapado com segurança, sabendo dos perigos envolvidos, mas não hesitou", escreveu o falecido Stephen Clemmons, técnico em mecânica de espaçonaves que também estava presente naquela noite, em um artigo de 2004. "Em vez disso, ele se embrenhou na fumaça, no fogo, e tentou ajudar ao máximo. Ele não havia passado pelo treinamento de abertura de escotilha, mas tentou."Rogers e outros cinco homens, incluindo Clemmons, arriscaram a vida para tentar resgatar Gus Grissom, Ed White e Roger Chaffee, os três astronautas presos na espaçonave em chamas. Embora tenham conseguido, por fim, desprender a portinhola, era tarde demais. Os três astronautas haviam falecido. Anos mais tarde, diversos membros da NASA alegaram que a morte deles foi o que salvou o programa, mas à época da tragédia, o futuro do recente programa Apollo tornou-se incerto.O legado do incêndio da Apollo em 1967 está preservado em livros de história e longos documentários. Mas o terror absoluto e a intensa emoção de testemunhar três colegas — para muitos participantes do programa, três amigos próximos — sufocando em uma cápsula em chamas, e fazer de tudo para salvá-los não costumam ser lembrados. A gravidade daquele momento tornou-se uma nota de rodapé na percepção do público, desbotada pelo tempo e ofuscada pelas incríveis conquistas subsequentes do programa Apollo.Leia o resto da reportagem em Motherboard.