Você não irá sobreviver aos bilhões de zumbis de 'They Are Billions'

Matéria originalmente publicada no Motherboard US.

Videogames de estratégia em tempo real (RTS) deram à luz ao gênero muito popular de arenas online multiplayer (MOBA), depois caíram discretamente no esquecimento. Não haveria League of Legends sem Warcraft III. Não haveria DOTA 2 sem StarCraft.

Mas o gênero nunca sumiu completamente. StarCraft II ainda tem seguidores e editoras lançando jogos RTS todo ano, mas nenhum ascendeu ao pico de popularidade alcançado por StarCraft, Warcraft e Command & Conquer nos anos 90.

É aí que entra They Are Billions, provando que há uma fome por jogos de estratégia old school. O lançamento (via acesso antecipado no Steam) da Numantian Games coloca o jogador num mapa gerado aleatoriamente povoado por dezenas de milhares de zumbis, e você precisa sobreviver. No momento, esse é o objetivo do jogador — sobrevivência. É como se fosse Zerg Rush: O Videogame.

Para quem não manja, zerg rush é uma jogada do StarCraft original de 1998, onde uma raça de alienígenas insectóides geravam dezenas de criaturas de nível baixo e os faziam avançar de uma vez só para a base do outro time. O ataque acontecia tão rápido e cedo no jogo que o oponente geralmente só podia sentar e olhar enquanto pequenos insetos devoravam a sua base por completo. They Are Billion reproduz exatamente esse momento, destilado em sua essência e transformado num jogo inteiro.

They Are Billions parece um mod de StarCraft, em que os jogadores constroem uma base e enfrentam ondas de Zergs, mas com zumbis em vez de insetos. Nos velhos dias de StarCraft, jogadores que temiam um Zerg rush fortaleciam as defesas de sua base e recuavam para dentro — uma estratégia traduzida vagamente como “tartarugar”.

Meu instinto em They Are Billions foi fazer exatamente isso. Construí muros, aumentei a produção militar e decidi me sentar e tentar conter as hordas. Não funcionou. O sistema de gerenciamento de recursos do jogo me obrigou a explorar e expandir para continuar produzindo unidades e manter todo mundo seguro. Tem um limite nos recursos que você pode armazenar, então você não pode sentar numa montanha de ouro e madeira como fazia em StarCraft e Warcraft. Tem um impulso constante aqui que não estava presente em jogos de RTS mais antigos.

O outro problema é que as ondas de infectados não são pequenas. Beleza, não são bilhões, mas são dezenas de milhares de zumbis e eles vão chegar. Enquanto o jogo continua, a dificuldade vai aumentando e tudo pode ir pro brejo em segundos. Um só um infectado passando pelas minhas defesas geralmente significa game over.

Tudo que os zumbis precisam fazer é atingir uma casa – um prédio que abriga meus trabalhadores e gera ouro – e todos na casa são zumbificados. Aí os infectados passam para a próxima casa numa onda geométrica de destruição morta-viva.

E isso nunca acontecia em StarCraft, era possível cortar uma linha invasora durante um Zerg rush. Pequenos erros parecem impossíveis de consertar, mas cada morte horrenda me ensinou alguma coisa sobre o jogo e perder nunca é frustrante. É sempre divertido.

Você pode comprar acesso antecipado de They Are Billions para Windows por $25.

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