Se você não usa o método de seis passos para lavar as mãos, você é nojento
Crédito: Flickr/Ernesto Andrade

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Se você não usa o método de seis passos para lavar as mãos, você é nojento

Seu depósito de germes ambulante!

Por trabalhar há bastante tempo num amplo escritório aberto, fui convencida de que todo mundo é, além de nojento, um navio de germes ambulante. Perdi a conta das vezes que testemunhei pessoas saindo das cabines do banheiro sem sequer passar uma aguinha nas mãos e, em todas elas, temi que bactérias fecais entrassem em contato com as minhas próprias mãos, lavadas e fresquinhas. Fiquei doente aproximadamente 50 mil vezes ano passado.

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Para a minha alegria, a Organização Mundial de Saúde (OMS) criou um método de seis passos para garantir que nossas mãos estejam tão limpas e livres de germes quanto possível.

É sério: um novo estudo, publicado na revista Infection Control and Hospital Epidemiology [Controle de Infecções e Epidemiologia Hospitalar] comparou o método de seis passos da OMS com o método que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) recomenda aos funcionários de hospitais para minimizar a quantidade de bactérias em suas mãos. O método da OMS se provou superior.

É assim [ver a imagem abaixo]: esfregue uma palma na outra; esfregue as costas de cada mão com a palma da outra; esfregue as palmas com os dedos entrelaçados; esfregue as palmas com os dedos atracados; massageie cada dedo com o polegar oposto; e esfregue cada palma com os dedos da outra mão. É fácil até.

O que os autores do estudo descobriram é que a técnica de seis passos para lavar as mãos é mais eficiente em termos microbiológicos. Ela reduz a contagem mediana de bactérias do que o método de três passos, segundo um teste conduzido com um grupo de 42 médicos e 78 enfermeiros de um hospital urbano.

Embora isso não seja uma grande novidade — em teoria, mais passos significam mais limpeza —, o que os pesquisadores também descobriram é que funcionários do sistema de saúde obedecem menos o método de lavagem mais longo e intensivo. (A técnica da OMS leva aproximadamente 42,5 segundos, contra apenas 35 segundos no caso do CDC.)

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"Apenas 65% dos participantes completaram o processo de higiene das mãos, apesar de terem as instruções dispostas à sua frente e serem observados", contou a principal autora do estudo, Dr. Jacqui Reilly, professora de prevenção e controle de infecções da Universidade da Caledônia em Glasgow, na Escócia.

Alguns anos atrás, um estudo realizado na Escola de Medicina da Universidade de Maryland, nos EUA, revelou que cerca de metade dos quartos de hospitais testados pelos pesquisadores abrigava bactérias multiresistentes a medicamentos, capazes de sobreviver longos períodos em superfícies. O estudo não focou no que vinha primeiro, as bactérias ou os pacientes contaminados por elas, mas gerou preocupação acerca dos hábitos de higiene dos funcionários dos hospitais. A insinuação de que alguns funcionários de saúde podem estar pulando práticas de limpeza, portanto, é justificável.

Conforme a OMS atesta em suas diretrizes de higiene para sistemas de saúde, a limpeza das mãos é a medida principal para reduzir contaminações, tanto no caso de médicos quanto pacientes. Também é a providência mais simples que uma pessoa pode tomar para garantir que suas mãos estejam livres de germes.

Então, caras, é isso. Se o método de seis passos para lavar as mãos serve para médicos combaterem doenças contagiosas, serve também para os dedos sujos do escritório. Agora, por favor, mexa-se e trate de lavar as mãos, ok?

Tradução: Stephanie Fernandes