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Tecnologia

Traficantes da deep web contrabandeavam armas dentro de DVDs e karaokês

As prisões se deram três anos após a suposta última venda.
Shutterstock

Por mais que vários sites de compra e venda na deep web não existam mais, as autoridades dos Estados Unidos ainda estão atrás de comerciantes de produtos ilegais de anos atrás.

Na quarta-feira, a promotoria do estado da Geórgia, nos EUA, anunciou que a Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF, na sigla original) havia prendido dois homens de Atlanta pelo comércio de armas via deep web para dezenas de países.

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"Grupos criminosos organizados muitas vezes se valem da disponibilidade de armas para levarem adiante suas atividades, o que por sua vez, possibilita a existência do mercado ilegal de armas pelo mundo. A ATF agirá rigorosamente contra indivíduos que busquem afetar o bem-estar geral de nossas comunidades por meio do tráfico ilegal de armas", afirmou o agente especial Wayne Dixie.

Os dois homens em questão, Gerren Johnson e William Jackson, alegadamente venderam armas em fevereiro de 2013 nos site Black Market Reloaded (BMR) e Agora, ambos datados dos primórdios da deep web. O BMR era o segundo maior site do tipo. Ficava apenas atrás do Silk Road, do qual o Agora serviu como sucessor durante breve período.

De acordo com o processo movido no começo de maio, Jackson e Johnson operavam sob a alcunha CherryFlavor. A acusação afirma que eles teriam comprado diversos modelos de pistola 9mm disponíveis comercialmente em lojas norte-americanas e enviaram para compradores na França, Holanda e diversos outros países. A polícia australiana chegou a encontrar uma pistola escondida em um aparelho de karaokê, de acordo com o texto do processo. Outro documento do processo afirma que uma arma de fogo também foi encontrada dentro de um aparelho de DVD.

A dupla não é a primeira a ser presa por ter ligação com essas vendas. Em 2014, a ATF indiciou também Brendan Person e Sherman Jackson, outros dois supostos integrantes da quadrilha. (Ambos se declararam culpados, de acordo com informações da promotoria.)

Com base nas informações do processo, podemos afirmar que os investigadores interceptaram pacotes suspeitos, encontraram armas e então conversando com os clientes para descobrir que eram vendidas pela deep web. Daí em diante, bastou rastrear de onde as armas vieram. Muitas foram compradas e registradas em lojas físicas, o que facilitou que levassem aos suspeitos.

Não é preciso de muito para concluir que os criminosos foram presos por causa do elo fraco entre tráfico de armas e drogas na deep web: os correios. Não à toa, em 2015 o Agora anunciou que não mais mediaria a venda de armas.

"Enviar armas é dureza", disse um administrador do site na época.

Tradução: Thiago "Índio" Silva