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Tecnologia

Cientistas registraram o dia mais quente na Antártida

Agora a missão é compreender em que grau o aumento é fruto das alterações climáticas induzidas por humanos.

O continente ártico, um dos lugares mais frios do mundo, está esquentando rápido. Cientistas da Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês) anunciaram nesta semana novo recorde de calor no local: 17,5°C (ou 63,5°F).

A temperatura foi registrada em 24 de março de 2015 na base de pesquisas Esperanza, na Argentina, localizada na ponta mais ao norte da península antártica, logo abaixo da América do Sul. Essa grande mudança se sobrepõe ao então recorde de 15°C (ou 59°F) registrado na Estação Vanda, na Nova Zelândia (agora fechada), em 5 de janeiro de 1974.

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A descoberta é parte de esforço conjunto da WMO para melhorar nossa capacidade de prever padrões climáticos nos pólos e, de quebra, compreender melhor as diferenças entre a variabilidade climática natural e as alterações climáticas induzidas pelos seres humanos. Ao levar em conta que o planeta enfrenta temperaturas recordes a cada ano, isso é extremamente importante.

"O Ártico e a Antártida dispõem de uma cobertura deficitária em termos de observações e previsões climáticas, mesmo levando em consideração que ambos cumprem papéis importantes na orientação do clima, dos padrões oceânicos, e no aumento do nível do mar", afirmou Michael Sparrow, especialista polar da WMO, em uma declaração.

A menor temperatura já registrada na Antártida – e no mundo – foram meros
–52,3°C (–128,6°F) na estação russa Vostok em 1983. As temperaturas médias variam entre 10°C (-14°F) nas costas a 24,5°C (76°F) no interior seco e turbulento.

Os extremos climáticos são diferentes dos padrões climáticos. Compreendê-los no longo prazo, todavia, nos ajuda a contextualizar nosso entendimento sobre o clima.

O rift criado pelo derretimento. Imagem: NASA.

A península Antártica, onde essa maior temperatura foi registrada, é uma das regiões que está esquentando mais rapidamente em todo o mundo – cerca de 5°C nos últimos 50 anos. No mesmo período, 87% das geleiras da costa oeste da península diminuíram. Nos últimos 12 anos, a diminuição acelerou.

Atualmente, os cientistas estão monitorando uma fenda de 1.500 pés (quase 1 km) de comprimento que forma uma plataforma de gelo a leste da península. Essa abertura cresceu quase 50 milhas (80 km) de largura e ameaça lançar um iceberg gigantesco para o mar.

Tradução: Amanda Guizzo Zampieri