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Tecnologia

'Vice' do Silk Road 2.0 se declara culpado

Brian Farrell admitiu ser “DoctorClu”, responsável pelo suporte da segunda versão do maior mercado de drogas da internet.
Crédito: lberto Ruggieri/Getty

A segunda versão do Silk Road foi encerrada em novembro de 2014, quase um ano depois de sua inauguração. Agora, 17 meses depois, o segundo em comando no site aceitou um acordo oferecido no Distrito Ocidental de Washington, nos Estados Unidos.

O americano Brian Farrell admitiu formalmente ser "DoctorClu", o responsável pelo suporte técnico e atendimento ao cliente do Silk Road 2.0. Ele também aprovava comerciantes que vendiam no site e promovia funcionários, de acordo com documentos apresentados no começo deste mês.

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"Vocês não pegarão peixe maior que eu"

Farrell se assumiu culpado pelo crime de conluio para distribuição de heroína, cocaína e metanfetamina. A acusação não foi feita porque ele vendia diretamente estes produtos, e sim por causa de sua posição no Silk Road 2.0, que agia como uma plataforma para que traficantes vendessem os seus.

As penalidades estatutárias para tal crime incluem prisão de cinco a 40 anos e uma multa de até 5 milhões de dólares. Mas ambas as partes concordaram com uma pena de oito anos de prisão, como consta no acordo realizado.

"[Farrell] inicialmente usou o SR2 para comprar drogas para uso pessoal", diz o documento. "Após juntar-se ao site, [Farrell] liderou um 'ataque de negação de serviço' no Tor Market, rival do SR2."

"Ele também atuou como porta-voz informal de 'Defcon', líder do SR2", explicita o documento. Defcon tomou controle do site de Dread Pirate Roberts 2.

Leia também: A vida secreta da mente por trás do Silk Road 2.0

Farrell foi preso em Seattle em janeiro do ano passado. Depois foi descoberto que ele foi um dos suspeitos identificados pelo Instituto de Engenharia de Software (SEI, na sigla original) da Universidade Carnegie Mellon (CMU) no ataque à rede Tor.

Os pesquisadores da SEI conseguiram identificar os IPs de uma série de serviços ocultos do Tor, incluindo o Silk Road 2.0, bem como usuários da rede. O FBI obteve tais informações por meios judiciais.

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A SEI identificou cerca de 78 endereços IP que acessavam o endereço .onion do Silk Road 2.0, de acordo com o mandato de busca de Farrell. Um destes levou a a Farrell.

Em dezembro, dois homens na Irlanda, possivelmente identificados no mesmo ataque, foram presos por crimes ligados à drogas e, no mês passado, Gabriel Peterson-Siler, um pedófilo cujo IP foi obtido pelo SEI, declarou-se culpado de uma acusação de posse de pornografia infantil.

Quando Farrell foi interrogado pelo FBI antes de sua prisão, ele supostamente disse: "Vocês não pegarão peixe maior que eu". Apesar da aparente confissão, a defesa de Farrell tem buscado mais acesso às evidências das descobertas, em especial as comunicações entre o Departamento de Justiça e a SEI.

Agora, com Farrell e Peterson-Siler se declarando culpados, parece muito menos provável que mais informações sobre o ataque da SEI no Tor sairão da corte.

Farrell deve ser sentenciado em 3 de junho.

Tradução: Thiago "Índio" Silva