FYI.

This story is over 5 years old.

Tecnologia

A CIA agora pode encomendar ataques de drones sem aprovação do Pentágono

Donald Trump ampliou a permissão da agência para matar.

No último mês de novembro, perguntamos como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lidaria com o legado do programa de drones de seu antecessor. Muita coisa não estava clara à época, mas agora, quatro meses depois, eis nossa resposta: a estratégia de assassinato remoto dos EUA só irá se intensificar.

Trump conferiu à CIA poderes inéditos para a expansão de seu programa de assassinatos e ataques por drones. Agora a agência de inteligência civil dos EUA pode encomendar bombardeios sem ter obrigação de divulgar ao público ou ter a medida aprovada pelo Pentágono.

Publicidade

Dan Gettinger, co-diretor do Centro para Estudo de Drones do Bard College, em Nova York, disse ao Motherboard que a decisão de Trump joga para escanteio uma das principais restrições impostas ao programa pelo governo Obama.

Antes, Obama permitia à CIA vigiar e caçar suspeitos de terrorismo, mas exigia permissão dos militares para atacar. De acordo com informações do  The Wall Street Journal, Trump agora dá ao órgão autoridade para puxar o gatilho por conta própria. A decisão se deu logo após sua posse e foi empregada em ataque contra Abu al-Khayr al-Masri, envolvido com al Qaeda em fevereiro deste ano.

"Por mais que a CIA nunca tenha deixado de lado seu papel em ataques com drones, a agência agora terá maior autonomia para desempenhá-los", disse Gettinger. "Nos próximos meses certamente veremos mais redefinições do programa por parte do governo de Trump."

Os oficiais norte-americanos que falaram ao jornal em condição de anonimato disseram que os novos poderes da CIA só podem ser usados em operações na Síria, mas temem que isSo se expanda para outros locais.

A postura de Obama de deixar nas mãos dos militares a decisão final sobre estes ataques,  e não da CIA, promovia maior transparência em tais operações. A CIA pode matar o quanto quiser agora, sem se preocupar com isso.

A revelação se dá ao passo em que oficiais norte-americanos admitem que o governo Trump está prestes a finalizar uma revisão de ações com drones que reduz o limite de tolerância para civis mortos ou feridos em ataques do tipo, de acordo com o  The Washington Post. A revisão volta atrás em algumas das políticas introduzidas por Obama e pode conferir ao Pentágono autoridade para lançar seus ataques sem aprovação da Casa Branca.

Anteriormente não sabíamos como Trump lidaria com a guerra ao terror, mas está claro que os ataques por drones iniciados por Bush, propulsionados por Obama e agora herdados por Trump continuam crescendo no mesmo sentido.

Tradução: Thiago "Índio" Silva