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Tecnologia

Nossos smartphones ficarão mais altos e finos porque ninguém curte girar a tela na horizontal

Com os aparelhos da Samsung, a LG e Apple, o futuro do design de celulares parece claro.
Crédito: Anthony Quintano/Flickr.

Todos nós reconhecemos que o aparelho de celular médio aumentou de tamanho, mas poucos lembram que eles costumavam ter um formato diferente. O iPhone original, de 2007, tinha uma tela de proporção 3:2 com uma resolução de somente 480x320! Mesmo quando a Apple introduziu a primeira tela de "retina" no iPhone 4 de 2010, a tela permaneceu em 3:2. Os aparelhos Android também começaram com uma tela mais grossa. O modelo 3:2 serve para algumas coisas, mas é um legado que não faz muito sentido em um dispositivo de levar no bolso. A mudança para a 16:9 levou alguns anos; enquanto a Apple fez a transição com o iPhone 5 em 2012, os dispositivos Android chegaram um pouco mais cedo.

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Foi uma mudança perceptível. Tornou o aparelho mais alto sem deixá-lo mais largo, dando mais área de tela sem deixar o aparelho mais difícil de carregar. Isso é reflexo da resolução comumente encontrada nas TVs em HD e a maioria das fontes de vídeo de alta definição. Assim, ficou mais fácil assistir aos vídeos, que preenchiam a tela com exatidão.

Logo, as telas de 16:9 chegarão ao fim. Conforme os aparelhos ficam mais altos, está claro que a 16:9 não é a melhor resolução para um telefone. Aparelhos mais altos e mais finos já chegaram, e eles vieram para ficar.

O novo padrão é uma tela do tipo 2:1 com bordas finas

Pense em como você utiliza seu aparelho. Passamos a maior parte do tempo usando aplicativos praticamente verticais que rolam listas de texto e imagens. Twitter, Facebook, e-mail, a maioria das páginas da web… Seguramos nossos aparelhos com uma mão, rolamos para cima e para baixo com o polegar e tocamos nas coisas. Somos tão avessos a girar a tela na horizontal que os vídeos feitos verticalmente já estão se popularizando.

Representação precisa de escala. Crédito: PhoneArena.com.

Veja o quão absurdo é o iPhone 7 Plus ao lado dos novíssimos aparelhos Android. O novo Essential Phone, de Andy Rubin (que chega nos próximos meses) tem uma tela tão ampla quanto a da Apple, e um pouco mais alta, mas o aparelho é significativamente menor. O Galaxy S8+ da Samsung tem uma tela de 6,2 polegadas que deixa o iPhone pequeno, mesmo que o tamanho do produto seja praticamente o mesmo. O G6 da LG (que não está na imagem) tem a proporção de tela e as bordas finas semelhantes.

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Os produtores de aparelhos da Apple e Android parecem muito fora de moda. Qual é o problema com a área acima e abaixo da tela? Para que precisamos delas? Uma empresa com um design tão moderno agora parece atrasada em anos.

É provável que isso não dure muito. Os rumores sobre o iPhone 8 não cessam nunca e muitos são contraditórios. Um aspecto em que todos estão de acordo: a Apple vai mudar para uma proporção de tela mais alta (perto de 2:1), com bordas mais finas ao redor da tela. A "testa e colarinho" acima e abaixo da tela serão reduzidos significativamente ou mesmo eliminados.

Trabalho de um artista para o iPhone 8 com base nos últimos rumores. Créditos: ifanr.com.

Há muitos desafios nesse trabalho. O botão de tela inicial da Apple e o sensor de ID de toque precisam ser colocados na parte de trás (como acontece com aparelhos Android) ou, de alguma forma, embutido embaixo da tela. Os benefícios advindos disso valem a pena. Um aparelho mais alto, mais fino e com bordas bem finas tem a mesma capacidade de uso com uma única mão e a mesma capacidade levar no bolso – além de permitir ainda mais interação.

Ao segurar o aparelho na horizontal para fazer fotos ou vídeos, ou ainda jogar games, tem-se de uma área de visão de 16:9 ou 3:2 com bastante espaço nos lados para controles e informações, visíveis, e sem obscurecer sua visão. Por ter usado tanto o LG G6 e o Galaxy S8, posso afirmar que os aparelhos 16:9 agora, de fato, parecem muito esquisitos. No geral, é uma experiência muito pior.

E mesmo se a Apple mudar para uma proporção de tela de 2:1, como a Samsung já fez, nosso destino como consumidores está selado. Todos vão acompanhar a tendência. As duas empresas representam uma porcentagem muito grande de todos os aparelhos premium cujo suporte de desenvolvimento é garantido, e a tendência de design será estabelecido para os próximos anos.

Alguns anos atrás, muitos tablets eram lançados com uma proporção de tela próximo de 16:9. O argumento era que as pessoas assistiam aos vídeos em seus tablets, e os vídeos são 16:9. O Kindle Fire, da Amazon, o Nexus 7 do Google e o Nook da Barnes & Noble são todos tablets "widescreen". A Apple estacionou na proporção de 4:3, reconhecendo que o 16:9 não era bom para seus análogos impressos e websites. Pela forma como as pessoas usam os tablets, isso foi errado. A Apple estava certa, e hoje, quase todos os tablets têm proporções de tela entre 4:3 a 3:2. Da mesma forma, sinto que em breve perceberemos que o 16:9 nunca foi bom para o computador de mão que levamos no bolso.