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Tecnologia

Por que Precisamos Diminuir os Gastos de Energia nos Computadores para Games

PCs para jogos gastam US$ 10 bilhões de energia ao ano. E o número dobrará se não começarmos a pensar em alternativas eficientes.
Crédito: Chase N./ Flickr

Os games seguem em alta nos computadores. Até o final de 2016, as vendas de jogos para PC devem superar as de consoles – um faturamento de US$ 29 bilhões contra US$ 28 bilhões, respectivamente. O que quase ninguém fala é que essa tendência tem um custo alto para o ambiente: computadores específicos para jogos consomem eletricidade demais.

Uma nova pesquisa publicada no periódico Energy Efficiency revela que, pelo mundo todo, esses computadores sugam 10 bilhões de dólares em eletricidade (ou 75 terawatts por hora) ao ano. Ao levar em conta as projeções de que as vendas devem dobrar em 2020, espera-se que o mesmo aconteça com o número do gasto energético.

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O estudo revela ainda que, mesmo que computadores voltados para games representem apenas 2,5% dos PCs pessoais no mundo, eles consomem 20% da energia gastas por eles em todo planeta.

Evan Mills, pesquisador do setor energético da UC Berkeley, nos Estados Unidos, e co-autor do estudo, calcula que "um computador típico para games gasta 1.400 kilowatts/hora por ano ou seis vezes mais que um PC comum e 10 vezes mais que um console".

Ele também descobriu que, ao trocar peças e alterar algumas configurações, os gamers poderiam reduzir seu consumo em 75%. Os jogadores melhorariam o desempenho e a confiabilidade no processo o suficiente para economizar 18 bilhões por ano em 2020. Ou o bastante para encerrar as atividades de 40 gigantescas usinas carvoeiras de 500 megawatts, o que é muito doido.

Gamers enchem seus PCs com materiais que consomem muito mais energia do que usuários comuns: placas de vídeo ultrarrápidas, processadores poderosos, monitores de altíssima resolução e até mesmo mods de iluminação. E tudo isso reflete na conta de luz.

"Um computador gamer médio vale o mesmo que três geladeiras", disse Mills. "Quando usamos o PC para ver o email e o Facebook, o processador não trabalha tanto. Mas quando você joga, ele grita. Além disso, o consumo de energia nesse momento é altíssimo e a quantidade de tempo que ele passa assim é bem maior do que em um PC comum."

Mills, que se interessou pelo assunto quando seu filho começou a se interessar por games, destaca as oportunidades para se economizar energia, e não diminuir o consumo. Ele comenta ainda que placas-mães, discos rígidos e periféricos deveriam ter índices de eficiência – agora, só monitores e fontes o fazem, e não é obrigatório.

Junto de seu filho, Mills lançou um site chamado Greening the Beast para ajudar gamers a escolherem configurações e peças mais econômicas. Os próprios pesquisadores conseguiram montar máquinas hiper-eficientes que rodavam tão bem quanto os PCs devoradores de energia.

No futuro próximo, teremos que levar em conta cada aparelho dispendioso em nossas casas e o mesmo vale para nossos momentos de recreação. O uso residencial de eletricidade hoje compõe 18% dos gastos globais e está claro que PCs gamers são uma parte cada vez maior disso. É outra atividade que devemos remanejar de forma sustentável com nenhum prejuízo à experiência atual.

Tradução: Thiago "Índio" Silva