Esse Traje Robótico Dará Superpoderes aos Seus Avós
Startup fundada pela mesma companhia responsável pela Siri e o programa DARPA quer vestir idosos com exoesqueletos em 2018. Crédito: Superflex

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Tecnologia

Esse Traje Robótico Dará Superpoderes aos Seus Avós

Startup fundada pela mesma companhia responsável pela Siri e o programa DARPA quer vestir idosos com exoesqueletos em 2018.

Sua vózinha toparia vestir uma armadura feita de músculos elétricos? A Superflex, uma empresa de "vestuário tecnológico", acredita que sim — especialmente se isso a livrasse de bengalas e andadores.

O traje robótico foi desenvolvido pela SRI International (fabricante da Siri, a assistente digital da Apple) para um programa da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA, na sigla original) chamado Warrior Web. O objetivo desse protótipo é dar uma ajudinha sobre-humana a soldados no campo de batalha. Quando um investidor mostrou interesse em utilizar essa tecnologia para ajudar membros da terceira idade, Rich Mahoney, CEO e fundador da Superflex Inc., percebeu que era hora de assumir uma nova abordagem de venda para o traje robótico.

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Equipado com atuadores levíssimos, o traje move-se paralelamente aos músculos do corpo, ajudando a manter sua estabilidade durante ações como sentar, levantar, ou ficar em pé durante longos períodos. O traje entende quando você está prestes a se sentar ou levantar, preparando-se para estabilizar seus movimentos. Além disso, ele é leve e discreto — como um uniforme de luta-livre ou um pijama de bebê— uma façanha alcançada por especialistas em moda e tecnologia têxtil.

"Parece que tem alguém te ajudando a se mexer, como uma mão te amparando"

Mahoney compara o mecanismo a uma bicicleta elétrica: o movimento natural é apenas complementado por um impulso elétrico adicional. Ele afirma já ter testado o traje. "Parece que tem alguém te ajudando a se mexer, como uma mão te amparando", conta. "É uma sensação muito diferente". Os protótipos já foram testados por voluntários de até 98 anos de idade. A empresa pretende vender esse produto para a terceira idade, em especial no Japão e outros países asiáticos, onde a população acima de 65 anos cresce rapidamente (infelizmente, nós da Motherboard não tivemos a oportunidade de testar o protótipo).

A empresa rejeita ideias batidas sobre o relacionamento entre idosos e tecnologia: ao contrário dos velhos confusos retratados em infomerciais, eles descobriram que idosos estão abertos e interessados em novas tecnologias, mas que suas necessidades são diferentes das de outros consumidores. Segundo suas pesquisas, essa faixa demográfica quer produtos funcionais e com benefícios claros.

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"Parte do motivo pelo qual trabalhamos com estilistas e especialistas em tecnologia têxtil é que reconhecemos que esse produto deve ser acessível e confortável", diz Mahoney. É por isso que o produto está sendo anunciado como um traje elétrico, e não como um "exoesqueleto", tecnologia retratada em filmes hollywoodianos como Aliens ou Avatar.

A Superflex descobriu que há um enorme estigma ao redor do uso de bengalas e andadores: "Vemos idosos usando bengalas e andadores, mas não vemos aqueles que decidiram não sair de casa". Ao escolher não usar uma bengala ou andador, o indivíduo perde sua independência, torna-se mais isolado e tem prejuízos na saúde cardiovascular.

No dia 19, a Superflex anunciou ter recebido um investimento de US$9.6 milhões, que segundo Mahoney será utilizado para transformar o protótipo em um produto finalizado e pronto para ser comercializado. "Queremos que esse produto atenda diretamente o consumidor final", diz Mahoney.

O valor final do traje robótico, no entanto, ainda não foi definido. A Superflex pretende lançar o produto em 2018. Em alguns anos, até as velhinhas na fila do supermercado terão seus próprios superpoderes robóticos.

Tradução: Ananda Pieratti