Em apenas um ano, o número de pessoas que passam fome aumentou em 28 milhões
Imagem principal: foto por Tanya Bindira/EPA

FYI.

This story is over 5 years old.

VICE News

Em apenas um ano, o número de pessoas que passam fome aumentou em 28 milhões

Em 2016, os conflitos foram o factor determinante em 10 das 13 piores crises humanitárias mundiais, o que coloca em relevo o estreito vínculo entre a paz e a segurança alimentar.

Este artigo foi originalmente publicado na nossa plataforma VICE News en español.

Um novo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) revela que os esforços da comunidade internacional para diminuir a fome no mundo não estão a obter os resultados pretendidos. Em 2015, o organismo detectou e identificou 80 milhões de pessoas que padeciam de insegurança alimentar ao redor do Planeta. Agora, o relatório revelado este mês em Bruxelas, Bélgica, contabiliza que, em 2016, essa mesma população cresceu para os 108 milhões.

Publicidade

Isto significa que, a cada hora, em todo o Mundo, 3.200 pessoas vêem a sua situação alimentar agravada para níveis que as colocam em perigo de morte. As causas principais, assegura o relatório que contou também com a colaboração da União Europeia e da UNICEF, prendem-se com a dificuldade de produção de alimentos devido a múltiplos conflitos armados, ao aumento dos preços nos mercados locais e a fenómenos meteorológicos como o El Niño.


VÊ TAMBÉM: "Quando membros das forças de paz se transformam em criminosos"


"Em 2016, os conflitos foram o factor determinante em 10 das 13 piores crises humanitárias mundiais, o que coloca em relevo o estreito vínculo entre a paz e a segurança alimentar", considera o assessor principal da FAO para as estratégias de resiliência, Luca Russo.

Sem uma paz duradoura, zonas do Planeta como o Sudão do Sul, Somália, Iémen, ou Nigéria, correm o risco de que as crises alimentares sejam cada vez mais prolongadas e complexas, conclui o relatório.

Entre os países mais recentes a solicitarem ajuda internacional urgente estão também o iraque, a Síria e os seus refugiados, o Mali e o Zimbabue.

Segue Martín Andrade no Twitter: @godomarto