- O MT Aris 13 foi capturado a aproximadamente 17 km da ponta norte da Somália por piratas viajando em dois barcos pequenos — com pelo menos um deles usando armas. A captura foi confirmada pela Força Naval da UE, um grupo que luta contra a pirataria somali, que disse na terça-feira que recebeu "confirmação do mestre do petroleiro com bandeira de Comores" de que seu navio e tripulação foram feitos reféns enquanto ancorados na costa norte de Puntlândia. Não está claro quantos piratas estão abordo.
O navio, carregando gasolina e petróleo, era usado para reabastecer outros navios enquanto no porto, e tentou cruzar o Estreito de Socotra — entre a ponta da Somália e a ilha de Socotra. Essa rota é usada por embarcações viajando pela costa leste da África para poupar dinheiro e tempo, apesar da ameaça significativa de pirataria.
Além de viajar numa rota especialmente perigosa, vários outros fatores fizeram do Aris 13 um alvo dos piratas. A embarcação tinha uma borda livre — a distância entre a linha da água e o convés — de apenas 3 metros de altura, o que facilita a subida a bordo. O navio também estava viajando a apenas 5 nós, o que também facilitava sua abordagem.
O grupo que assumiu responsabilidade pelo sequestro pertence ao subclã Majerteen/Siwaaqroon, segundo a organização Oceans Beyond Piracy, e é liderado pelo pirata Jacfar Saciid Cabdulaahi. A rede Goobjoog News de Mogadíscio relatou que os piratas falaram com a mídia na terça. Um membro anônimo do grupo disse: "Somos pescadores que decidiram pegar em armas para nos defender. Os recursos do nosso oceano estão sendo esgotados por esses navios. Vamos limpá-los".
Alertando embarcações viajando na região, outro pirata disse: "Nos próximos dias vamos apreender ainda mais navios estrangeiros". Os piratas aparentemente foram surpreendidos pela cobertura da imprensa que o ataque vem recebendo, dizendo que "nossos gritos e de todos os pescadores somalis caíram em ouvidos surdos".
O pico da pirataria na costa da Somália foi em 2011, com um total de 176 ataques. Em 2016, os ataques tinham praticamente parado, resultado de mais marinhas estrangeiras patrulhando a região. A queda também foi resultado das empresas de transporte tomando mais precauções quando viajando pela costa somali, como colocar uma guarda armada no navio, viajar mais rápido e usar rotas mais seguras.
O ataque certamente é uma preocupação para autoridades e empresas de transporte, mas a Oceans Beyond Piracy disse: "Apesar desse incidente marcar o maior sequestro desde 2012, isso não indica um retorno em grande escala da pirataria somali". Mesmo com essa afirmação, as condições que permitiram que a pirataria florescesse na Somália continuam. O país está à beira de outro período de fome, o que pode fazer mais pessoas consideraram a pirataria.