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Vídeo do YouTube.Passando pelos outros passageiros daquela noite de terça na estação, todos com aquela cara de que o dia tinha sido uma merda, eu sabia que aquele podia ser meu grande momento. Eu era muito novo para cobrir os protestos estudantis de 2010 em Londres. Os tumultos de 2011 aconteceram muito longe do subúrbio que minha família chama de lar.Mas agora parecia que eu estava no meio de um levante, entre jovens insatisfeitos cansados da desigualdade perpétua trazida pelo neoliberalismo. A imprensa de direita pintaria esses adolescentes como vândalos, mas eu estaria incorporado na vanguarda para dizer como as coisas realmente tinham acontecido. Subi correndo a escada rolante da Walthamstow Central, pensando como eu defenderia minha geração perdida no Newsnight.
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Vídeo do YouTube.Com meu crachá da imprensa na mão e a câmera ligada, meu caderninho e caneta estavam prontos para a ação. Merda. A bateria do meu celular estava em 50%, o que me deixou preocupado. E se eu tivesse que transmitir ao vivo para algum canal de TV e a bateria acabasse?Aí cheguei à rua principal de Walthamstow, em frente a um McDonald's. Vi uma viatura da polícia. Estava chovendo. Algumas pessoas estavam sentadas nos restaurantes ao redor. O Nando's não estava em chamas. Cheguei tarde; a revolução já tinha acabado.Mas eu já estava lá mesmo. As pessoas de Walthamstow podiam não estar mais nas ruas, mas o Twitter tinha certeza que uma grande baderna estava acontecendo.
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