35 Tendências de moda que triunfaram (e desapareceram)

Este artigo foi originalmente publicado na nossa plataforma i-D.

Desconcertante, verdadeiramente desconcertante. Era para se protegerem das correntes de ar? Ou apenas para terem a opção de tirar as calças a qualquer momento?

Os melhores exemplos consistiam em saia e calças feitos do mesmo tecido, ou então cosidos juntos…

Gosto de pensar que não foi "Whole Again" que trouxe o sucesso às Atomic Kitten, mas sim o cinto de diamantes que traziam à cintura no vídeo. Funcionava com qualquer look. O preço bastante razoável fez com que estas pedras de imitação fossem um êxito, apesar da sua completa inutilidade.

O acessório mais inesperado nesta lista: as mochilas de cordões que traziam as sapatilhas que compravas em qualquer loja de desporto mais cool. Foram os primeiros tote bags, antes dos próprios tote bags.

Essa madeixa azul eléctrico - que apenas se notava se a tivesses na parte da frente - podia converter o teu look de festa em algo épico e, o melhor de tudo, ficava super barato e podias fazer tu própria.

Estávamos em 2005, ouvias Klaxons, Hadouken! e New Young Pony Club e os gajos mais cool passavam a vida nas discotecas da moda. Mesmo que as camisolas com emblemas ou as leggings de cabedal não voltem tão cedo, o nu rave da época 2005-2008 permanecerá como um momento alto na cena da moda urbana da época.

Hoje temos A$AP Rocky a apimentar o ódio de estimação por Raf Simons depois do seu desfile, ou Kanye West a criar as sua linhas de moda luxuosas, com ténis a cinco mil euros. Mas, anteriormente apenas existiam a Vokal, de Nelly, a G-Unit, com o mesmo nome que 50 Cent estabeleceu a sua marca com Marc Ecko (sim, da marca Ecko, mas é melhor nem falarmos disso…) e a Rocawear, de Jay-Z.

O calçado que PRECISAVAS para te sentires parte do sonho adolescente norte-americano, sobretudo se tinhas 13 anos e nunca tinhas estado num centro comercial, ou nem sequer ido a um "baile de finalistas". Os Sketchers tiveram o seu momento - com Britney e Christina à frente das campanhas publicitárias -, mas agora são conhecidos pela produção de sapatos Shape Up, com uma plataforma que garante a perda de peso enquanto caminhas…

Provavelmente o boné mais imitado da história. A marca já existia antes do designer Christian Audiggier a ter popularizado, graças também a Paris Hilton, Nicole Richie, Lindsay Lohan, Britney Spears e Justin Timberlake. Audigier cobriu-se de ouro, mas decidiu abandonar a marca em 2004.

Os adolescentes usavam-nos quando passeavam em centros comerciais nos anos 80 e os rappers nos anos 90, mas, ainda assim, não temos bem a certeza de como é que as palas chegaram tão longe. Do que sim temos a certeza é de que, a menos que estejas prestes a entrar num campo de ténis, o melhor é deixares a pala bem no fundo do teu armário.

O lançamento dos ténis LA Lights, que se acendiam a cada passo que davas, baptizou este tipo de calçado como uma espécie de gota de água dos anos 90. Se não tinhas muito dinheiro, compravas a imitação, caminhavas rápido e rezavas para que ninguém reparasse. Ao que parece, ainda há empresas que oferecem estas luzes como parte dos seus serviços de personalização de sapatilhas. Sem comentários.

"Quando o vestes, tudo muda": era este o slogan da empresa Members Only nos anos 80, mas continuamos sem saber o que acontecia realmente quando o usavas. A marca foi fundada em 1975 e actores como Burt Reynolds popularizaram-na. Hoje em dia é um clássico de culto para todos aqueles que a conhecem e têm esperança que a moda volte a pegar.

Ir às compras com um daqueles tops de agarrar ao pescoço, com decote em V bastante acentuado e as costas nuas é bastante arriscado, mas não é uma má opção caso sejas modelo (ou sejas magra), ou então completamente viciada na American Apparel.

O grupo de hip hop Run DMC foi o único que soube usar as Kangol. As boinas à pescador atravessam uma espécie de segunda juventude, mas parece que ainda ninguém foi capaz de perpetuar as clássicas Kangol desde a sua época dourada do hip hop dos anos 80 em Nova Iorque.

Estes lenços, popularizados por Aaiyah, Ja Rule e Hannah, dos S Club 7, infelizmente não duraram muito tempo. Hoje em dia, só os parolos é que os usam.

Se vivias nos subúrbios de qualquer cidade nos anos 90, o mais provável era teres um par de sapatos de salto alto com brilhantes, ou forrados a pele. A sua contribuição para o conceito streetstyle é algo inegável e por isso é que gostamos tanto deles.

A obsessão dos adolescentes por este tipo de acessórios foi tão doentia, que até a Dior sacou a sua própria versão em neon. Pesquisando na Internet, descobrimos que ainda podes comprar uma pela - alarmante - quantia de 60 euros, porque uma coisa é certa: é impossível perdê-la (e isso também tem o seu preço).

A marca Jordache atingiu a sua popularidade máxima nos anos 80. Uma época em que a sociedade vivia obcecada com marcas como a Calvin Klein e Versace. Mas o certo é que, apesar da logomania própria da época - a qualidade e comodidade destes jeans transformaram-nos em clássicos. Agora, os fundadores da Jordache produzem para a Levis.

Notorious B.I.G. dizia que as miúdas com um "bom rabo" usavam calções Coagi, mas,  mesmo que tenha sido um boom nos anos 90, desapareceram e nunca mais os voltámos a ver.

A empresa Argos tornou possível muitas destas tendências e os relógios Baby-G não foram excepção. Em festas de aniversário, da escola, no Natal… Nos 90, havia sempre alguém com um Baby-G.

Graças à Juicy Couture, os fatos-de-treino completos davam-nos a oportunidade de nos vestirmos em todos os tons pastel possíveis, da forma mais cómoda (além disso, serias a miúda mais popular do liceu se o teu tivesse o teu nome bordado a diamantes Swarovski).

"O que é que nos ensinou a Betty Feia?". Que nunca deves usar um poncho. O certo é que tivemos sorte e abandonámos essa tendência. Qual é o sentido de, em 2015,  usar algo que te aprisiona os braços?

Os The Libertines diziam-nos para não voltarmos a olhar para o sol, mas isso não significava que o fizéssemos. Após o lançamento do seu segundo álbum e em plena relação com uma tal de Kate Moss, não pudemos evitar que Doherty usasse as suas calças justas, os seus casacos, bonés e os seus blazers de cabedal. Eram uma espécie de Kurt e Courtney dos anos 2000, com cada movimento comentado e documentado nas páginas centrais do London Lite, todas as manhã. Eram tempos mais simples.

Na segunda metade dos 2000, Sienna Miller entrou no mundo dos famosos graças ao seu estilo, resultado de uma mistura chic de saias compridas, sandálias à gladiador e cinturas subidas, mas apercebemo-nos que esta combinação SÓ FICAVA BEM À SIENNA MILLER.

Por que é que achas que há sempre um par delas nas lojas de segunda mão? Porque é ali que estão bem, a acumular pó. A menos que queiras dedicar-te a montar touros mecânicos, o melhor é que compres antes um par de ténis.

A menos que seja para ir a uma despedida de solteira, ninguém deveria usar um cachecol de penas. Naomi já tropeçou no seu, num desfile de Vivienne Westwood e penso que isso serviu de lição para toda a gente.

Michael Jackson, Karl Lagerfeld e Madonna são os únicos que as podem (ou podiam) usar. Ponto final.

Se procurares no YouTube por "Ryan Gosling baile", aparecerá no teu ecrã um miúdo adorável, de 12 anos, a dançar como um louco dentro de umas calças bem largas. Na verdade chamam-se "harem", mas toda a gente começou a chamá-las assim quando MC Hammer as popularizou no início dos anos 90.

Nos anos 80, quanto mais exagerados eram os teus chumaços, mais toda a gente percebia que tu adoravas moda. É certo que já não são a tendência predominante, mas temos que admitir que voltaram em 2008 pela mão de Malmain e Maison (Martin) Margiela.

Em que momento andar com uma tribal no braço durante umas horas nos pareceu uma boa ideia?

Depois de teres pintado, feito uma permanente e mais 30 mil coisas ao cabelo, não havia nada como o toque final de adorná-lo com uns ganchos em forma de borboleta. Se Buffy podia usá-los, nós também podíamos…

Os centros comerciais precisam de raparigas e as raparigas precisam de Jane Norman. Ponto.

As Saddle podem ser consideradas as primeiras bolsas "it" da história e, mesmo sabendo que Raf Simons não está disposto a voltar a produzi-las, há que admitir que ainda são fixes!

As t-shirts Hypercolor mudavam de cor ao toque. Os pigmentos ficavam activos com o calor, mas, agora que tudo muda com apenas um clique, já não é assim tão emocionante.

A roupa desta marca francesa era objecto de desejo de milhares de adolescentes. Tanto que alguns, inclusive, procuravam um part-time ao fim de semana só para poderem comprar as suas peças. Lembram-se?

Estas mochilas de PVC só estão disponíveis em dois sítios: no eBay (com sorte) e nas contas mais nostálgicas do Tumblr. Pode ser que te fiquem bem, caso sejas Charlie XCX ou alguma espécie de estrela do Instagram obcecada com Nast Gal, mas senão… não são para ti.