Temer veta redução de proteção à Amazônia, mas não há o que comemorar
Rio Jamanxim. Crédito: Wikimedia Commons

FYI.

This story is over 5 years old.

Motherboard

Temer veta redução de proteção à Amazônia, mas não há o que comemorar

Apesar do recuo, outros projetos de lei vem aí para retomar as propostas que facilitam grilagem, desmatamento e extração ilegal de madeira.

No último dia 13, a ex-modelo Gisele Bündchen tuitou, sem muito alarde, uma cobrança de proteção da floresta amazônica que estava a uma canetada de ser exterminada pelo presidente Michel Temer. "É nosso trabalho proteger nossa Mãe Terra. @MichelTemer, diga NÃO para reduzir a proteção na Amazônia", escreveu, com link direcionado para página da ONG de WWFF. Poucos ligaram. Uma semana depois, quando a mensagem estava quase perdida no limbo infinito da internet, houve enfim uma resposta de peso. Ninguém menos que o próprio Temer respondeu, em tom cerimonioso, que vetaria as medidas provisórias (MPs) 756 e 758, ambas de 2016. "@giseleofficial e @WWF, vetei hoje integralmente todos os itens das MPs que diminuíam a área preservada da Amazônia", respondeu.

Publicidade

Em resumo, as MPs transformariam áreas de extrema proteção em lugares com possibilidade de exploração econômica. Alteravam boa parte da área da unidade de conservação da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, próxima ao rio Tapajós, no interior do Estado do Pará. A MP 756 permitiria ocupação econômica e humana em cerca de 480 mil hectares. Também mudaria outra reserva em Santa Catarina, o Parque Nacional de São Joaquim, reduzindo em 20% sua extensão original. A MP 758, por sua vez, previa a diminuição de 100 mil hectares de total proteção do Parque Nacional do Jamanxim, no norte do Flona do Jamanxim.

As justificativas para as alterações tinham a ver com negócios, claro. A principal era abrir passagem para a Estrada de Ferro 170, também conhecida como "Ferrogrão", que ligará o município de Sinop, no Mato Grosso, com o Porto de Miritituba, no Pará, e será uma alternativa à rodovia BR-163 no transporte da produção agrícola para a bacia do Amazonas. A ferrovia passa por dentro do Parque Nacional do Jamanxim. Ambientalistas também afirmam que as MPs acabariam com barreira de proteção contra a grilagem (quando se vende territórios que pertencem ao poder público ou a uma propriedade particular), o desmatamento e a extração ilegal de madeira.

Leia o resto da matéria em Motherboard.