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Música

Com a Tecnologia para DJs Tão Boa Quanto Está, a Compatibilidade de um Laptop é Mesmo Importante?

Blá, blá, o novo MacBook não é para DJs, blá, blá.

Como o resto do mundo, assistimos ao último "Spring Forward" da Apple, que apresentou os últimos produtos da marca, com grande expectativa. Nossos olhos umedeceram com a ideia de um MacBook fininho e sensual em ouro rosado e, por mais que a gente odeie admitir, compraríamos um Apple Watch de ouro de US$10 mil, passaríamos a conta para o Shane Smith e depois o acariciaríamos vagarosamente por horas se conseguíssemos sair impunes dessa. Mas estou divagando.

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Na semana passada, o DJ Tech Tools (para a sua informação, o Tech Tools é um blog sobre ferramentas tecnológicas para DJs) levantou um ponto muito importante sobre a última oferta de Cupertino, que é que ela não é muito boa para DJs que usam laptops.

Vejamos as especificações técnicas. A nova geração de laptops caros da Apple tem apenas uma porta USB-C. Embora isso seja conveniente para estudantes de literatura, esta única porta de entrada não vai funcionar bem com interfaces Serato. Os hubs USB, embora funcionem na teoria, têm uma tendência a serem quebrados ou perdidos. O HD do Macbook, embora seja fino e durável, não pode ser expandido, e logo vai estar lotado com os seus muitos crates. Esses são golpes inegavelmente incapacitantes para a compatibilidade do novo laptop da Apple com o trabalho de um DJ. Ninguém vai discutir isso. O que vamos discutir, no entanto, é que a tecnologia para DJs é tão boa hoje em dia que não importa mais o que é compatível com o quê.

É claro, a primeira coisa que vem à sua mente quando você pensa no desaparecimento da discotecagem com laptops é o revival do vinil. Lojas que vendem vinis estão abrindo mais rápido do que nunca, sub-Reddits estão repletos de conselhos sobre qual é o toca-discos certo para você e, mais obviamente, tocar com vinis é muito mais legal. Isso não quer dizer que as CDJs modernas não sejam brilhantes também.

Se você pensar em cinco ou dez anos atrás, os CDJs eram esses monstros tremendamente caros, pesados, brutos e desajeitados com interfaces terríveis e pouca funcionalidade para DJs que usam mp3. Hoje, em 2015, elas ainda são tremendamente caras, mas muito melhores em todos os sentidos. Quando você conecta um cartão SD numa CDJ-2000, uma tela gloriosa de alta definição ganha vida. É fácil navegar por todas as suas faixas, o que significa que você não precisa ficar encarando a tela do seu laptop. Um dial mecânico imensamente satisfatório permite que você navegue pelas suas músicas, o que quer dizer que você não precisa ficar passando as músicas desesperadamente com os dedos, sem conseguir achar a música que está procurando. O RekordBox permite até mesmo que as CDJs compartilhem dados, o que, se você não sabe o que nada disso significa, é algo muito bom.

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A CDJ-2000 da Pioneer foi um sucesso tão estrondoso quando foi lançada que a maioria dos DJs começou a pedi-las especificamente na sua lista de equipamentos. Isto implicou que todo clube que agendasse DJs precisava tê-las, o que em contrapartida implicou no fato de que todo clube em que você planejasse tocar também as possuiria. A menos que você morasse no interior do Alabama (que bad, aliás), podia usar o mesmo hardware que o David Guetta usava para apertar play nos seus sets pré-gravados.

O cenário tecnológico para potenciais DJs nunca esteve melhor. O vinil é acessível, as CDJs são brilhantes e equipamentos inovadores seguem impressionando. Se você tem acesso a tudo isso e ainda tem problemas para tocar, não culpe a Apple – culpe a si mesmo.

Ziad Ramley está no Twitter

Foto pot Kris Krug, cortesia da Wikimedia Commons

Tradução: Fernanda Botta