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Agradeça ao cientista que descobriu a solução para o fim dos engarrafamentos

O milagre está num sensorzinho, afirma pesquisador do MIT.
Crédito: Shutterstock

Todos já passamos por isso a: o babaca no sedã azul está colado na sua traseira na rodovia, tentando fazer seu carro acelerar um pouquinho mais rápido. Irritado, você ou o motorista tenta grudar um pouquinho a mais no automóvel à frente para que o babaca descole da traseira. O cara à frente freia, e então nos encontramos todos num bom e velho engarrafamento – ou, com menos sorte, numa batida.

Bem, pesquisadores do Laboratório de Ciência da Computação e Inteligência Artificial (CSAIL, na sigla em inglês) do MIT, nos EUA, trazem novidades: se todos nós pararmos de grudar uns nas traseiras dos outros, chegaremos ao nosso destino duas vezes mais rápido.

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Integrar sensores traseiros em sistemas de controle de tráfego já existentes pode ser a solução. Em um novo artigo publicado na IEEE Transactions on Intelligent Transportation Systems, o professor Berthold K. P. Horn, do MIT, e o coautor Liag Wang afirmam que os sensores na traseira e na dianteira manterão uma distancia igual entre os veículos – e isso pode ajudar a resolver nossos problemas de tráfego.

Os autores publicaram seu artigo apresentando um retrato do problema: o americano médio urbano passa 38 horas por ano preso no trânsito para ir e voltar do trabalho. Quando combinados, os congestionamentos “pare e siga” gastam 2,9 galões de combustível e emitem 25 bilhões de quilos de dióxido de carbono em todo o país.

Horn tinha em mente um dos congestionamentos mais conhecidos próximo a Boston , o da I-93, que ele costuma enfrentar com frequência em seu caminho do interior de New Hapshire até a universidade de Cambridge. “Acredito que é uma frustração comum sentida em todas as autoestradas”, Horn me contou por telefone. Nossa rede de estradas, disse, não está usando todo seu potencial por causa de nosso estilo de condução ineficiente. “Resolvemos tantos problemas – por que não conseguimos arrumar este?”.

Dirigimos tão perto uns dos outros que qualquer pequena alteração no tráfego causa um efeito dominó, gerando engarrafamentos. Contudo, os autores afirmam que manter uma distância igual na frente e atrás dos carros reduziria drasticamente esses transtornos, bem como o tempo de viagem e o consumo de combustível.

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É claro que sempre haverá uma diferença entre o que sabemos e o que devemos fazer de fato. A maioria dos motoristas gosta de seguir outro carro instintivamente e odiamos quando as pessoas no cortam, afirmou Horn. “Queremos ficar o mais próximo do possível do carro à frente, mas isso cria um problema.” Como faremos os motoristas pararem de grudar na traseira?

Os sensores podem ser a resposta. Os fabricantes de carros já estão produzindo carros com sistemas de controle de tráfego – isto é, um sensor embutido na dianteira que serve para ajustar a velocidade e a distância do veículo em relação ao carro à frente.

Os pesquisadores do CSAIL do MIT sugerem que acrescentar sensores do tipo na traseira do carro vão melhorar ainda mais o fluxo do trânsito.

Pôr em prática esse conceito – chamado por Horn de “controle bilateral” – poderia ser feito com qualquer tipo de sensor, seja na roda, a laser ou por câmeras; como professor de visão mecânica, Horn tem preferência por câmeras, que também são a forma mais barata, comparativamente falando, e já estão presentes em muitos carros.

Além disso, mesmo o sistema exigisse algumas instalações inteligentes no veículo, ele não necessitaria do tipo de interconectividade dos carros autônomos.

Os pesquisadores continuação testando suas ideias com a Toyota no ano que vem – além de trabalhar em modos de informar a população sobre as vantagens de se tomar distância da traseira à frente.

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