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O meme do macaco cortando cabelo meio que explica o Brasil

Pois é, men.
O singelo rosto que se tornou símbolo do atual estado do Brasil. Crédito: Reprodução

Abra sua timeline do Twitter agora. Desça a barra de rolagem por uns dez minutos e conte quantas vezes você vê a imagem desse macaco 100% suave recebendo um corte de cabelo de uma celebridade aleatória, um personagem de anime ou uma figura da direita brasileira.

O "monkey haircut", como é explicado em página recém-criada do enciclopédico site Know Your Meme, é um vídeo originalmente postado pela página chinesa JFOX Channel no Facebook em fevereiro de 2017. Com mais de 35 mil reações e 50 mil compartilhamentos, o vídeo viralizou mundialmente, mas ganhou um sentido diferente no Brasil.

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No dia 31 de agosto, a página Macacos Rindo de Notícias Chocantes postou a imagem abaixo de uma notícia de um macaco que havia morrido eletrocutado em Ouro Preto (MG), e falando "psé men, o mundo já não é mais o mesmo…". Insensibilidades à parte, o momento decisivo para o macaco e seu corte de cabelo tomarem nossa internet foi o boicote e posterior cancelamento da exposição Queermuseu, em 12 de setembro. Em discussões sobre o tema nas redes sociais, a imagem do macaco era usada pra responder aos que apoiavam o boicote. Em tom irônico, os usuários começaram a espalhar a imagem com o bordão "psé men, geração mimimi é foda".

A partir daí, o meme atingiu seu potencial completo quando começaram as montagens de políticos como Michel Temer, Donald Trump e King Jong-Un cortando o cabelo do macaco anti-mimimi. Isto é, antes da coisa cair na mão dos gringos (possivelmente pela página Internet do Facebook, que é brasileira mas conta com muitos espectadores norte-americanos) e o macaco se tornar cliente das mais diferentes personalidades, de David Bowie a qualquer pessoa aleatória cujos braços se encaixem na imagem.

O singelo macaco, que fechava os olhos suavemente ao receber um corte de cabelo, acabou se tornando um símbolo do atual estado do Brasil: desesperançoso, quase conformado. Pois é, men.