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Grampo, H1N1 e liminar: O antes e depois da posse de Lula em Brasília

Nesta quinta (17), o ex-presidente foi empossado como novo ministro-chefe da Casa Civil, uma liminar suspendeu a decisão, manifestantes estão na ruas e há registro de confrontos.

Nada mais parece surpreender no notíciário político nacional. Os ânimos já exaltados desde o depoimento de que Lula deu, coercitivamente, à Polícia Federal no último dia 4 de março, pegaram fogo de vez desde a última quarta (16) com a confirmação de que o ex-presidente seria nomeado ministro-chefe da Casa Civil no governo da presidente Dilma Rousseff.

Com a notícia da nomeação de Lula — que foi interpretada como uma espécie de contra-ofensiva do ex-presidente às investigações da Operação Lava Jato comandada pelo juiz federal Sérgio Moro — houve uma reação quase imediata na esplanada do Planalto da República, onde manifestantes prós e contra o governo se reuniram, estando misturados a soldados do Exército.

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E se a tomada de posição do governo em nomear Lula ministro já parecia uma manobra desesperada, não era possível imaginar o que viria a seguir: a quebra de sigilo de uma ligação entre Lula e Dilma, na qual a presidente informa que enviara a ele o termo de posse para ser usado "em caso de necessidade".

Após a notícia do grampo que veio à tona, por volta das 19h, na transmissão da Globo News, seguiram-se uma série de manifestações: panelaço, buzinaço e pessoas nas ruas do Brasil. Na noite de quarta, houve manifestação em frente ao Planalto convocada pelo Movimento Brasil Livre.

Foto por Agência Brasil/Divulgação

Já na manhã desta quinta (17), a expectativa era pela posse de Lula como ministro. O burburinho começou cedo com a declaração de que o vice presidente Michel Temer não compareceria à cerimônia de posse.

No Planalto, a manifestação do MBL deu lugar a faixas de apoio ao ex-presidente, uma delas com a mensagem: "Não vai ter golpe". Durante sua fala, Dilma se manifestou contra o vazamento do grampo dizendo "queremos saber quem autorizou e por que autorizou".

Foto por Agência Brasil/Divulgação

A presidente também se pronunciou sobre o termo de posse previamente assinado por Lula. Segundo Dilma, a entrega do termo de posse foi motivada pela possibilidade de Lula não ter condições de comparecer à cerimônia no Palácio do Planalto. Um dos fatores que poderiam impedir o comparecimento de Lula, seria que sua esposa, Marisa Letícia, estaria com um problema de saúde — soubemos a seguir que a ex-primeira dama foi diagnosticada com gripe aviária.

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A cerimônia de posse de Lula como ministro teve início por volta das 11h. Antes da fala da presidente Dillma, o deputado Major Olímpio (SD-SP) gritou "vergonha"o que motivou um coro dos convidados por "não vai ter golpe". Durante o discurso da presidente também foram ouvidos gritos de ordem como "o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo" e "a verdade é dura, a Globo apoiou a Ditadura".

Terminada a cerimônia de posse, ojornal Metro registrou confronto entre manifestantes pró e contra o governo. Manifestantes com bandeiras do PT eram separados pela cavalaria de manifestantes que prestavam apoio ao juiz Sérgio Moro. Para conter o confronto entre os manifestantes a PM usou spray de pimenta.

Quando, enfim, as notícias pareciam chegar ao limite do inverossímil, o jornal Folha de S. Paulo publicou uma nota de dois parágrafos como sua principal manchete do online informando que um juiz teria suspendido a posse de Lula. No entanto, cabe recurso à liminar assinada pelo juiz da 4ª. Vara Federal Itagiba Catta Preta Neto.

Aqui, voltamos ao ponto de que nada mais absurdo pode acontecer. Ou pode.

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