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Música

Fui no Melhor Pico de Metal de Nova York e Vi a Björk Discotecando Migos e Beyoncé

No fim das contas é gostoso saber que a Deusa Islandesa da Inovação Sonora curte Beyoncé e Britney Spears — que nem eu e você.

Foto por Andrea Vocos.

Como você imagina que seja um DJ set da Björk? Flautas e harpas medievais em cima de umas batidas de trap? Clipes do Cremaster tocados ao contrário enquanto ela murmura feito uma sereia através de um microfone de cobre? Ou seria uma versão de "4'33" do John Cage tocada 433 vezes? A real é que a deusa islandesa da inovação sônica curte um Migos e Beyoncé – assim como eu e você.

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Noite de sábado no St. Vitus, em Greenpoint (Nova York), a Björk subiu aos decks ao lado do Oneohtrix Point Never, o Brandon Stosuy da Pitchfork e o que supostamente deveria ser o Robin Carolan da Tri Angle Records (eu não o vi no palco, mas eles estavam tocando tanta coisa da Tri Angle que, nem sei, talvez ele estivesse lá). Apesar do Stosuy comandar o barco por grande parte da noite, estar a poucos metros da Björk enquanto ela dançava no palco e emanava raios iridescentes de luz de seus dentes foi o suficiente para me manter meio bolado por horas sem fim. Uma dose forte de MDMA também ajudou, na verdade.

A Björk ficava sussurrando nos ouvidos de seus parceiros de crime durante todo o set, e apesar de eu gostar de pensar que ela estava falando coisas como "Eu escondi ovos de grifos em todo o bar. Agora me toque algo ametista! [risos]", ela estava provavelmente falando muita groselha e sugerindo a próxima música.

A noite começou com umas faixas ouro como "Meshes" do Sd Laika, e outras que pareciam "Come to Daddy" do Aphex Twin, mas quando todo mundo começou a ficar meio bêbado o tom mudou de uns bangers óbvios do Brooklyn para uns pop clássicos. Eu não sei se a própria Björk escolheu todas ou não, mas eu espero de todo meu coração que ela seja super letrada em música pop e vez ou outra saia por aí mandando uns versos de "Versace" e Lil B.

Então, ao invés de aborrecê-lo com todos os detalhes do que aconteceu nesse show intimista (tá bom, eu preciso me gabar um pouco: uma hora eu encostei no ombro dela no bar e senti meu corpo se transformando em algo sobrenatural), eu vou jogar aqui as músicas que eu reconheci de sua participação nos decks. Revelação: eu ainda estava muito impressionado com tudo o que tava acontecendo e metade das músicas entraram por um ouvido e sairam pelo outro enquanto eu babava por todo o lugar devido à presença iluminada desse grande ícone da música (e por causa das drogas).

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