Há um Restaurante Trump na Síria e só serve um prato

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Há um Restaurante Trump na Síria e só serve um prato

Não há notícias sobre como vai o negócio, depois de, recentemente, os EUA terem largado mais de 50 Tomahawks sobre o país.

Este artigo foi originalmente publicado na nossa plataforma Munchies.

No Trump Grill, um dos restaurantes da marca "Trump" instalados na Trump Tower, o menu inclui um Filet Mignon de 34 dólares [32 euros], um Hamburger Platinum de 22 dólares [20 euros] e uma Sandwich Mar-A-Lago, por 21 dólares [19 euros]. No restaurante Trump em Kobani, Síria, a ementa inclui sandes de falafel e… sandes de falafel.

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É verdade, Waleed Shekhi, um bem intencionado (ou talvez mal orientado), curdo sírio, deu ao seu restaurante o nome do 45º presidente dos Estados Unidos da América, na esperança de que, assim, possa dar algum impulso ao negócio. A um jornal curdo, o empresário da restauração afirmou que queria expressar a sua gratidão aos Estados Unidos pela ajuda prestada ao povo curdo na luta contra o ISIS.

"Ele é o líder dos EUA, o país mais fantástico do Mundo", diz Shekhi ao ARA News. E acrescenta: "Nós, curdos, adoramos os Estados Unidos, portanto adoramos Donald Trump e foi por isso que dei o seu nome ao meu restaurante".

Este vídeo foi gravado em Janeiro, pelo que não temos notícias sobre como vai o negócio, depois de os EUA terem lançado mais de 50 Tomahawks sobre a Síria na passada semana.

Ao Kurdistan24, Shekhi diz, por outro lado, que o restaurante é apenas um de vários empreendimentos que tem desenvolvido nos últimos tempos, à medida que tenta - tal como a própria cidade, aliás - voltar a refazer a vida depois de anos de conflito. A abertura do restaurante Trump ocorre exactamente dois anos depois de soldados Peshmerga, o Free Syrian Army e a People's Protection Units, com o apoio aéreo norte-americano, terem juntado forças para libertar Kobani do domínio do ISIS (actualmente, a Força Aérea dos EUA tem uma recém-ampliada base aérea perto de Kobani, no Norte da Síria, perto da fronteira com a Turquia).

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"Um esforço hercúleo permitiu limpar as ruas, mas a energia eléctrica e o fornecimento de água ainda não estão completamente restabelecidos", escreveu o The Atlantic sobre Kobani, em Outubro de 2016. E acrescentava: "Embora o comércio esteja a voltar à vida (há lojas que até já voltaram a ter montras), mais de metade das estruturas residenciais ainda de pé são pouco mais que cascas de cimentos".


Vê também: "A lista de amigos de Trump"


O restaurante Trump tem, de facto, uma montra para a rua. "Espero ganhar algum dinheiro com este pequeno estabelecimento de comida, porque eu e a minha mulher servimos aqui sandwiches deliciosas e, para além disso, o nome é um atractivo", salienta Shekhi (de acordo com o Departamento de Estatísticas das Nações Unidas, em média, os sírios ganham cerca de mil 820 dólares por ano [aproximadamente mil 720 euros], pelo que Shekhi teria de trabalhar durante uma semana inteira para poder sequer pagar o Filet Mignon no Trump Grill).

E, por mais incrível que pareça, este nem sequer é o primeiro restaurante com o nome Trump a abrir portas na região do Médio Oriente nos últimos meses. Em Dezembro, o Trump Fish tornou-se o restaurante da moda em Duhok, cidade situada no Curdistão iraquiano (fica mais ou menos a 500 quilómetros de Kobani, no caso de estares a pensar numa "RoadTrump").

E, fiel ao seu nome, também no Trump Fish há apenas uma coisa no cardápio: masgûf , carpa grelhada na brasa, que é considerado o prato nacional do Iraque. Nedyar Zawity, o dono do Trump Fish, de 31 anos de idade, disse à Reuters na altura da abertura, que adora Trump e que esperava poder abrir um segundo restaurante, mas, desta vez, nos Estados Unidos. "Dêem-me um visto e estou lá amanhã", garantiu.