Matéria foi originalmente publicada na VICE Austrália .
No dia 18 de novembro de 1978, mais de 900 cidadãos norte-americanos cometeram suicídio em massa numa pequena comuna no meio da floresta sul-americana. Até o 11 de Setembro, esse foi o maior massacre da história dos EUA. A história de Jonestown e do Templo dos Povos não começou, ou acabou, naquela noite. Mas depois de décadas de sensacionalismo da mídia, campanhas de propaganda e contradições, separar o fato da ficção continua não sendo tarefa fácil.As imagens a seguir são cortesia de Laura Johnston Kohl e Fielding McGee do Instituto Jonestown. A maioria foi feita por fotógrafos desconhecidos no Projeto Agrícola Templo dos Povos na Guiana, mais conhecido como "Jonestown". Em 18 de novembro de 1978, os moradores de Jonestown cometeram suicídio em massa liderados por Jim Jones.
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Em 2010, o Instituto Jonestown, formado por ex-moradores e membros do Templo dos Povos, fez uma requisição de liberdade de informação para o FBI, pedindo a divulgação de milhares de documentos e fotos coletados em Jonestown. Imagens dos primeiros anos mostram casas de madeira e garotos fazendo cestas perfeitas ao sol. Mas como sempre, Jonestown era mais do que aparentava. A maioria das fotos eram encenadas como parte de uma campanha de propaganda do líder do Templo, Jim Jones, para desviar as preocupações cada vez maiores nos EUA. A realidade era que os moradores estavam severamente desnutridos, sem dormir e trabalhavam sete dias por semana sob o sol tropical. Jones coletava as economias e cheques de benefícios de todos os membros, e espalhava rumores e notícias falsas terríveis sobre os EUA terem voltado a um estado de segregação racial e revogado os direitos dos cidadãos afro-americanos. O Templo dos Povos foi originalmente fundado sob a premissa de igualdade racial, e três quartos das vítimas eram afro-americanas. Jonestown foi erguida no meio selva como uma utopia socialista onde "[todas as raças, credos e cores encontram um lar](https://books.google.com.au/books?id=h1sEe8QDlcC&pg=PA10&lpg=PA10&dq=all+races,+creeds,+and+colors+find+a+hearty+welcome&source=bl&ots=IOeuXa5FI&sig=6U1Gqbrb2hBtclOOxndOJtEetYA&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwjL56jExL_WAhUKp5QKHSnDCQgQ6AEIKzAB#v=onepage&q=all races, creeds, and colors find a hearty welcome&f=false)".No final, com Jones cada vez mais psicótico, ki-suco com cianeto parecia uma fuga de uma vida de terror e tortura psicológica. Apesar das manchetes sensacionalistas com que estamos familiarizados, esse não foi um salto de fé cego. A esperança de muitas das vítimas, registrada em bilhetes de suicídio secretos, era que suas mortes chamassem atenção para o fato de que elas se sentiam mais bem-vindas em Jonestown e sua promessa de igualdade racial que nos EUA.
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Com as décadas, as intenções desse ato foram obscurecidas por generalizações, mas encenadas ou não, essas fotos mostram pessoas reais, amigos e famílias que só queriam ter a chance de viver num mundo melhor.
Membros de Jonestown (da esquerda para a direita) Lew e Chaeoke Jones, Christa Amos e Joel Cobb.
Tinetra Fain na floresta em torno de Jonestown.