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Como Ganhar a Vida Sendo Dominatrix

Por querer saber um pouco mais sobre o trabalho de Lady Lila Stern, eu me encontrei com ela mês passado para discutir sobre clientes, vantagens do trabalho sexual e como ganhar a vida sendo dominatrix em Hollywood.

Foto por Dirty Dirty Wrong. 

Lady Lila Sterne é uma das dominatrixes de ascensão mais rápida de Los Angeles. Quando Mike Kulich, do Skweezme.com, me falou sobre ela, ele descreveu a moça como uma “garota judia simpática da Nova Inglaterra, que foi escalando a hierarquia até se tornar uma das dominatrixes profissionais mais requisitadas de Los Angeles”.

Uma dominatrix simpática pode parecer um oximoro, mas Stern se encaixa bem na descrição. Ela entrou para a carreira dois anos atrás, quando ainda era só mais uma atriz lutando para pagar as contas. Ao procurar um jeito de fazer um dinheiro extra, ela viu uma oportunidade na indústria do sexo, já que dominar se encaixava em sua personalidade forte, e, logo, ela estava torturando caras em período integral.

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Desde então, Stern vem descobrindo as vantagens desse trabalho. Diferente de atrizes de Hollywood que não se chamam Meryl Streep, as dominatrixes podem ver suas carreiras crescendo enquanto envelhecem e se tornam mais experientes. A ocupação permitiu que Stern encontrasse sua “domme interior” e transformou a garota submissa e um tanto pervertida da Nova Inglaterra em uma super mulher dominante. Como uma ode ao florescimento de sua carreira, ela fez recentemente uma grande tatuagem de uma sereia segurando um coração humano. “As pessoas veem o coração e dizem: 'Você sabe que ela está debaixo d'água, né?'”, ela me disse. “Que se foda onde ela está, cara!”

Por querer saber um pouco mais sobre o trabalho de Stern, eu me encontrei com ela mês passado para discutir sobre clientes, vantagens do trabalho sexual e como ganhar a vida sendo dominatrix em Hollywood.

VICE: Como você se tornou uma dominatrix de sucesso?
Lady Lila Stern: Eles realizam festas e você participa de três ou quatro delas. Foi uma coisa louca, para ser bem honesta, porque mesmo tendo alguma experiência em minha vida pessoal, isso aqui é muito diferente – essas pessoas são estranhas para mim. É por isso que temos clientes que ficam por tanto tempo. É meio inacreditável; você constrói uma relação muito intensa.

O que a maioria dos clientes pede?
Tenho clientes com fetiches e tenho escravos. É um mistura dos dois.

Qual a é diferença?
São clientes muito diferentes. Um cara que tem fetiche por pés não quer necessariamente ser degradado e que eu diga que ele tem um pinto pequeno. Com escravos é um pouco mais fáceis de lidar, porque são mais submissos. Estamos passando por uma ascensão da dominação sexual, que é tipo fetiche por pés e sufocamento – recebo muitos pedidos disso.

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Então sua clientela mudou?
É difícil dizer, trabalho como profissional há dois anos, mas acho que provavelmente foi melhor assim. Acho que isso acontece porque as pessoas estão mais abertas. Sabe, com toda essa coisa 50 Tons de Cinza – uma versão bem contida do S&M, mas não sou completamente contra o livro. Acho que o livro abriu a mente de muita gente que tinha medo [de procurar uma dominatrix], que achava que elas só espancavam e gritavam com as pessoas, mas a dominação obviamente não é isso.

Trabalhar como dominatrix mudou sua vida pessoal?
Conheci muitas mulheres poderosas e incríveis que se tornaram tudo para mim. Os relacionamentos podem ser engraçados, mas isso se traduziu na minha vida pessoal de maneira incrível – me fez sentir poderosa e forte. Relacionamentos são um pouco difíceis. Quando comecei no ramo, eu estava num relacionamento de alguns anos com um cara que gostava de perversões. No começo foi incrível, mas aí ele começou a ficar com ciúmes. Acabei percebendo que preciso estar com um homem muito forte. Muitas das dommes que conheço são lésbicas ou, pelo menos, têm uma preferência forte por mulheres. O que é estranho sobre mim é que me sinto atraída por homens que são dominantes em suas vidas. Gosto de pensar que quem vê um problema no que faço não é a pessoa certa para mim, ou como minha mãe diz: “Você com certeza não facilita”.

O que atraiu você nesse trabalho?
Torno a fantasia das pessoas realidade. Isso faz você sentir que está ajudando as pessoas. As dominatrixes profissionais existem por um motivo. Você presta um serviço a essas pessoas – muitos são casados ou têm um relacionamento, mas têm medo ou foram desprezados no passado [por revelar seu fetiche] – então, eu me sinto bem em ajudá-los a ter alguma satisfação. Conheci pessoas na indústria que me ajudaram a encontrar minha domme interior.

Como isso afetou você?
Foi aí que me apaixonei, porque soube que isso estava em mim – mas foi estranho quando comecei, porque não me excito naturalmente em machucar pessoas. Sinto isso de forma muito intensa, sexy e real. Fazer isso traz um poder que eu nem mesmo sabia que tinha. Dominar mudou toda minha vida. Nunca estive tão feliz. Tenho que acordar todos os dias e ser pervertida. E isso é muito incrível.

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Tradução: Marina Schnoor