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Fotos

Fotografando quartos dos dates do Tinder

O fotógrafo George Downing está redefinindo intimidade com um olhar sobre os quartos dos garotos que ele conheceu com ajuda do aplicativo.

Esta matéria foi originalmente publicada na i-D .

George Downing passou 2016 fotografando seus matches no Tinder e seus quartos em Melbourne, na Austrália. A série reflete a atitude em mutação cercando o aplicativo, antes reservado para relacionamentos passageiros, mas que agora cria amizades, amor e momentos íntimos — como os que George capturou. Juntando os retratos em seu primeiro livro, Hosting, George mostra uma proximidade única entre ele e seus temas. Nos encontramos com o jovem fotógrafo um pouco antes do lançamento do livro para falar sobre fazer arte com matches.

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VICE: Como a ideia para o Hosting surgiu?
George Downing: Acho que só pensei na ideia de encontros como um millennial. O conceito do Tinder é emprestado de aplicativos como o Grindr, que foi criado exclusivamente para sexo. De algum jeito, o Tinder progrediu para além disso. Ele foi de algo visto como superficial para uma coisa completamente normal entre as pessoas que conheço.

Como é ultrapassar a fase de "se conhecendo melhor" e imediatamente ver seus matches sob uma luz mais vulnerável, como você os colocou em frente às lentes?
Essa provavelmente é a parte mais interessante do projeto para mim. Com a maioria deles, combinei de ir a um café antes. Principalmente porque eu sentia que podia explicar o conceito melhor pessoalmente, mas também porque eu estava pedindo para ir até a casa deles e tirar fotos seminuas ou totalmente nuas deles, então achei que algum contato inicial era importante. Ainda assim, de tomar um café a fotografá-los em seus quartos era um grande salto!

Como os caras respondiam quando descobriam que você queria tirar fotos deles?
Surpreendentemente bem, o que era uma coisa que me preocupava quando comecei a pensar no conceito. Isso só enfatiza o ponto de que esses aplicativos podem ser usados para o que você quiser — tem muita gente interessante por aí e o Tinder facilita muito encontrá-las. Ele permite que as pessoas se conectem de um jeito completamente diferente.

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Você continuou em contato com algum dos garotos que fotografou?
Mantive contato com todos eles. Claro, tirando fotos assim, eu queria ter certeza que todos os caras estavam confortáveis com a versão final que eu usaria, então trabalhei bem próximo deles e mantive contato, para dizer que fotos eu publicaria. E eles são pessoas muito interessantes, então estou gostando de ter me tornado amigo deles.

O que eles acham da maneira como foram retratados no livro?
Acho que todo mundo ficou bem feliz com o jeito como as fotos saíram, porque eles estão confortáveis em seu ambiente. Acho que esse era o objetivo. Você apresenta uma imagem diferente em aplicativos como o Tinder do que na vida real, quando expõe todas as suas vulnerabilidades: é outra coisa. Fotografar as pessoas em seus quartos depois publicar essas imagens para outras pessoas verem é tipo a mesma ideia do Tinder, só que sou eu quem está tirando essas fotos.

Hosting saiu pela AEVOE no dia 28 de fevereiro.

Tradução: Marina Schnoor

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