O samba chora a partida de Dona Ivone Lara
Foto via Facebook.

FYI.

This story is over 5 years old.

Noisey

O samba chora a partida de Dona Ivone Lara

Aos 96 anos, morre no Rio de Janeiro a rainha do samba brasileiro.

A história da música brasileira perdeu um sorriso negro nesta terça-feira (17). Morreu Dona Ivone Lara, a maior rainha do samba brasileiro. A grande dama foi levada por uma insuficiência cardiorrespiratória que a fez ficar internada na UTI da Coordenação de Emergência Regional (CER), no Leblon, Zona Sul do Rio, desde a sexta-feira (13), data em que completou 96 anos.

O nascimento de Yvonne Lara da Costa, a primeira filha da costureira Erementina Bento da Silva e do violonista José da Silva Lara está sendo noticiada como se tivesse acontecido em 1921, mas segundo o jornalista Mauro Ferreira, a mãe aumentou oficialmente a idade da filha em um ano para permitir o seu ingresso em um colégio interno dez anos depois de seu nascimento.

Publicidade

Formada em Enfermagem e Serviço Social, especializada em Terapia Ocupacional, dedicou parte de sua vida ao ofício. Dona Ivone Lara trabalhou por 30 anos em hospitais psiquiátricos e foi, ao lado de Nise da Silveira, foi uma importante voz na luta antimanicomial.

Ela se aposentou em 1977 e se jogou, de vez, nos braços de sua maior vocação: a música. Como ela mesma diz em versos. “Nasci pra sonhar e cantar”.

E um de seus sonhos ganhou proporção nacional na voz de Maria Bethânia. A veterana foi cantada ainda por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Clara Nunes, Roberto Ribeiro, Beth Carvalho, entre outros tantos, mas não sem antes ter quebrado várias pedras e preconceitos por ser mulher no samba. Seu primeiro disco está distante 40 anos de sua primeira composição.

Implacável, o tempo já vinha cobrando da cantora e compositora, que apresentava um quadro de anemia e precisou recentemente receber doações de sangue.

Nesta terça-feira, Dona Ivone Lara será velada na quadra da Escola de Samba Império Serrano, em que compôs o samba “Nasci para sofrer”, que se tornou hino da agremiação. Escola em que desfilou na ala das baianas pela primeira vez em 1947 e escola em que se tornou a primeira mulher na ala dos compositores. Sua Escola.

Abaixo, dez sons para relembrar a longa e poética carreira musical da Dama do Samba.

"Sorriso negro"

"Lamento do negro"

"Tendência"

"Samba, minha raiz"

Publicidade

"Sonho meu"

"Mas quem disse que eu mereço"

"Nasci pra sonhar e cantar"

"Preá comeu"

"Se o caminho é meu"

"Tiê"

"Sambas de terreiro"

Leia mais no Noisey, o canal de música da VICE.
Siga o Noisey no Facebook e Twitter.
Siga a VICE Brasil no Facebook, Twitter e Instagram.