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Atropelador de Charlottesville teria batido na mãe por causa de videogame

Registros da polícia revelam que James Alex Fields tinha um histórico de violência doméstica contra a própria mãe.
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Traduzido por Marina Schnoor
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Traduzido por do not use
James Alex Fields. Imagem: Reuters/Eze Amos.

Matéria originalmente publicada na VICE US.

Desde que James Alex Fields supostamente acelerou seu carro contra uma multidão de contramanifestantes em Charlottesville, Virgínia, no sábado, matando uma pessoa e ferindo pelo menos 19, um dilúvio de detalhes vêm surgindo sobre sua ideologia e passado. O homem de 20 anos começou a chamar a atenção no último ano de escola por ter visões extremistas: aparentemente ele adorava Hitler e chamava a Alemanha de "pátria". Antes de partir de Ohio pra manifestação Unite the Right no final de semana, ele disse à mãe que estava indo pro Sul por conta de alguma coisa a ver com Donald Trump e pediu que ela cuidasse de seu gato.

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Agora temos trechos de fichas policiais, que sugerem que Fields não reservou sua ira apenas pras pessoas que protestam contra o racismo nas ruas.

Segundo registros obtidos pela Associated Press do Departamento de Polícia de Florence, Kentucky, depois que a mãe pediu que ele parasse de jogar videogame um dia em 2010, Fields teria batido na cabeça dela e a trancado num banheiro. No ano seguinte, Bloom ligou pro 911 e disse que Fields tentou ameaça-la com uma faca.

As novas informações pintam um retrato mais claro de um jovem que se encaixa no estereótipo do homem branco ressentido, que com frequência comete atos de violência em massa nos EUA.

"Vemos rotineiramente incidentes de violência doméstica com supremacistas brancos; esses indivíduos geralmente são caldeirões ferventes de ódio pessoal e de grupo combinados com a glorificação do conflito físico de suas subculturas", me disse Brian Levin, diretor do Centro de Estudos de Ódio e Extremismo da Universidade Estadual da Califórnia, em San Bernardino. "Historicamente, a KKK costumava bater ou matar aqueles que feriam seus familiares, mas isso é uma relíquia do passado."

Apesar de Fields ter tentado se alistar como comandante de tanque depois do colégio, ele foi rejeitado pelo exército. Quando tentou servir como soldado normal, ele foi dispensado por não atingir os padrões depois de apenas quatro meses de serviço.

Cerca de seis meses atrás, Bloom aparentemente permitiu que o filho se mudasse para seu apartamento e não prestou muita atenção em suas crenças políticas cada vez mais radicais. Numa entrevista pra Associated Press, ela disse que sem sabia o que significava "alt-right", o novo nome usado pela extrema-direita.

"Eu disse para ele ter cuidado", ela explicou pro repórter da Associated Press. "E que se ele fosse protestar, que fosse pacificamente."

Obviamente, não foi assim que as coisas aconteceram. Fields foi preso no sábado, suspeito de causar a morte de uma mulher de 32 anos chamada Heather Heyer e ferir pelo menos 19 pessoas. Enquanto isso, o Dodge Challanger usado no ataque revela ainda mais detalhes sobre Fields: um vizinho disse que o veículo raramente saía do lugar, o que sugere que Fields não trabalhava. Outro disse ao Toledo Blade que sempre via o jovem dentro do carro ouvindo polca.

Fields foi acusado de assassinato em segundo grau, agressão maliciosa e fugir da cena de um acidente envolvendo morte. Ele teve a fiança negada na segunda-feira e sua próxima audiência está marcada para 25 de agosto.

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