Um artista ciborgue implanta-se com um órgão artificial para adquirir un sexto sentido
Fotos por Carlos Pareja, cortesia Joe Dekni.

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Cultură

Este artista implantou um órgão artificial para adquirir um sexto sentido

Há um novo ciborgue em Barcelona.
CP
fotos por Carlos Pareja
Madalena Maltez
Traduzido por Madalena Maltez

Este artigo foi originalmente publicado na nossa plataforma i-D Spain.

São cada vez mais aqueles que acham que a tecnologia ciborgue é o próximo degrau da evolução da humanidade e alguns estão já a associar-se para levar a cabo práticas artísticas e sociais em sua defesa. No passado dia 15 de Outubro, o jovem artista Joe Dekni implantou um novo órgão nas bochechas para sentir as vibrações do que o rodeia, com base na ecolocalização que os morcegos usam através dos sons. Fê-lo em Barcelona, na fundação Transpecies Society, através de uma performance que incluía uma instalação audiovisual e um público muito atento à operação que estava a ser levada a cabo.

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Com 22 anos, Joe considera-se um "artista, ou talvez alquimista" e introduziu este protótipo permanente no seu organismo, graças à ajuda de Neil Harbisson - conhecido por ser a primeira pessoa do Mundo com uma antena implantada no crânio, para além de ter sido legalmente reconhecido como ciborgue por um governo - e pela sua equipa de engenheiros. "Intrigava-me a ideia de poder a vir a sentir o paranormal ou o invisível […]. Baseei-me na ecolocalização: um sentido ou qualidade que já existe e que animais como os morcegos ou os golfinhos detêm de forma natural", explica à i-D Spain. O artista decidiu fazer a intervenção num evento com público, para demonstrar que é uma opção que temos hoje em dia e que não tem nada de mal. É, simplesmente, uma "outra percepção da vida".


Vê: "Fomos conhecer os besouros ciborgues de Singapura"


A partir de agora, Dekni vai viver com um dispositivo preso às orelhas, ainda que a sua vida, diz, continuará a ser igual a sempre. "A primeira coisa que senti ao receber as vibrações foi um ardor e uma sensação de satisfação, parecida àquela que se tem ao fazer tatuagens, mas mais intensa. Depois senti felicidade e dor ao mesmo tempo", conta. A Cyborg Foundation, de Harbisson - que Joe considera "um amigo e uma inspiração" -, tem como objectivo defender os direitos dos ciborgues e promover a sua arte.

Assim, a iniciativa de Dekni conclui de forma clara: "A tecnologia está a oferecer-nos muito do que ainda desconhecemos e outra percepção da vida. Eu decidi aplicá-la desta maneira. O meu propósito com este projecto é poder experimentar a capcidade de ter outro sentido, perceber o físico e o paranormal, invisível à capacidade humana, mas possível de desenvolver". Pode ser que, no futuro, isto sirva a outras pessoas, para facilitarem ou aperfeiçoarem a sua vida, que é, em última instância, o propósito desta corrente: "formar parte do progresso".

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Vê abaixo as fotografias da performance de Joe Dekni.

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