Este artigo foi originalmente publicado na nossa plataforma i-D Spain.São cada vez mais aqueles que acham que a tecnologia ciborgue é o próximo degrau da evolução da humanidade e alguns estão já a associar-se para levar a cabo práticas artísticas e sociais em sua defesa. No passado dia 15 de Outubro, o jovem artista Joe Dekni implantou um novo órgão nas bochechas para sentir as vibrações do que o rodeia, com base na ecolocalização que os morcegos usam através dos sons. Fê-lo em Barcelona, na fundação Transpecies Society, através de uma performance que incluía uma instalação audiovisual e um público muito atento à operação que estava a ser levada a cabo.
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Com 22 anos, Joe considera-se um "artista, ou talvez alquimista" e introduziu este protótipo permanente no seu organismo, graças à ajuda de Neil Harbisson - conhecido por ser a primeira pessoa do Mundo com uma antena implantada no crânio, para além de ter sido legalmente reconhecido como ciborgue por um governo - e pela sua equipa de engenheiros. "Intrigava-me a ideia de poder a vir a sentir o paranormal ou o invisível […]. Baseei-me na ecolocalização: um sentido ou qualidade que já existe e que animais como os morcegos ou os golfinhos detêm de forma natural", explica à i-D Spain. O artista decidiu fazer a intervenção num evento com público, para demonstrar que é uma opção que temos hoje em dia e que não tem nada de mal. É, simplesmente, uma "outra percepção da vida".
A partir de agora, Dekni vai viver com um dispositivo preso às orelhas, ainda que a sua vida, diz, continuará a ser igual a sempre. "A primeira coisa que senti ao receber as vibrações foi um ardor e uma sensação de satisfação, parecida àquela que se tem ao fazer tatuagens, mas mais intensa. Depois senti felicidade e dor ao mesmo tempo", conta. A Cyborg Foundation, de Harbisson - que Joe considera "um amigo e uma inspiração" -, tem como objectivo defender os direitos dos ciborgues e promover a sua arte.
A partir de agora, Dekni vai viver com um dispositivo preso às orelhas, ainda que a sua vida, diz, continuará a ser igual a sempre. "A primeira coisa que senti ao receber as vibrações foi um ardor e uma sensação de satisfação, parecida àquela que se tem ao fazer tatuagens, mas mais intensa. Depois senti felicidade e dor ao mesmo tempo", conta. A Cyborg Foundation, de Harbisson - que Joe considera "um amigo e uma inspiração" -, tem como objectivo defender os direitos dos ciborgues e promover a sua arte.
Assim, a iniciativa de Dekni conclui de forma clara: "A tecnologia está a oferecer-nos muito do que ainda desconhecemos e outra percepção da vida. Eu decidi aplicá-la desta maneira. O meu propósito com este projecto é poder experimentar a capcidade de ter outro sentido, perceber o físico e o paranormal, invisível à capacidade humana, mas possível de desenvolver". Pode ser que, no futuro, isto sirva a outras pessoas, para facilitarem ou aperfeiçoarem a sua vida, que é, em última instância, o propósito desta corrente: "formar parte do progresso".
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Vê abaixo as fotografias da performance de Joe Dekni.
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