Enquanto a bancada ruralista e o Ministério da Agricultura criticam a ação da Polícia Federal na divulgação da operação Carne Fraca e o presidente Michel Temer come um churrasquinho gringo com embaixadores numa tentativa de reduzir o impacto da operação no setor de carnes, um observador mais atento pode se perguntar: peraí, o ácido ascórbico causa câncer? E quais são todas essas substâncias cancerígenas colocadas nas peças? Estamos, para variar um pouquinho, muito fodidos?
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A resposta mais honesta é: calma, muita calma nessa hora.Vamos primeiro aos fatos. Na última sexta-feira, Maurício Moscardi Grillo, o delegado da Polícia Federal responsável pela operação, afirmou que as gigantes BRF e JBS usavam ácido ascórbico e outras substâncias cancerígenas na carne para maquiar a imagem ruim de carne podre. "Se usa esses produtos multiplicados cinco, seis vezes pela quantia permitida pela lei para que não dê cheiro, e o aspecto de cor fique bom também", declarou.A fala do delegado não deixa claro quais são as substâncias cancerígenas, o que contribuiu para incriminar o ácido ascórbico como possível substância nociva. Conforme disseram especialistas para a BBC Brasil, o composto é muito comum na indústria de carnes para conservar os alimentos e não há nada de errado em usar uma quantidade pequena do ácido. Os problemas citados pela Operação Carne Fraca, porém, são "quanto" e "como".Leia o resto da reportagem em Motherboard.