Até Stephen Hawking desconfia da Inteligência Artificial
Imagem via EPA/Daniel Karmann

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Até Stephen Hawking desconfia da Inteligência Artificial

O físico alerta para os cuidados que devemos ter, porque, acredita, a IA "vai transformar todos os aspectos das nossas vidas" e poderá converter-se no "evento mais importante na história da nossa civilização".

Este artigo foi originalmente publicado na nossa plataforma VICE News.

É considerado o ser humano mais inteligente do Planeta, mas, até o respeitado Stephen Hawking, não faz ideia do que nos trará o futuro da Inteligência Artificial (IA). O físico, no entanto, acredita que a IA "vai transformar todos os aspectos das nossas vidas" e que poderá converter-se no "evento mais importante na história da nossa civilização".

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Hawking, já por várias vezes se mostrou bastante céptico em relação aos benefícios da Inteligência Artificial e chegou mesmo a advertir que poderíamos estar perante o fim do ser humano. Não obstante, na última semana, durante a cerimónia de abertura do Centro Leverhulme para a Inteligência do Futuro, em Cambridge, Reino Unido - onde se vão desenvolver investigações sobre o rápido desenvolvimento da IA -, Hawking admitiu que, simplesmente, não sabe se o resultado será bom, ou mau.

"Dentro de pouco tempo, o auge da poderosa IA será o melhor, ou então o pior, que já aconteceu à humanidade. Ainda não podemos ter certezas", afirmou Hawking, durante o breve discurso que proferiu na ocasião, referindo-se aos prós e contras da Inteligência Artificial.


Vê também: "A alvorada dos robots assassinos"


Não é que tenha propriamente saído da agenda mediática, mas, ultimamente, o tema é alvo de acesa discussão, tanto no mundo da tecnologia, como fora dele. Veja-se o sucesso e a tinta que já fez correr a nova série da HBO, Westworld, em que robots de um parque de diversões começam a assassinar os visitantes (num resumo simplista). Apesar das preocupações em relação aos perigos da Inteligência Artificial, Hawking diz-se aberto a acolher qualquer resultado positivo.

A tecnologia pode ajudar a eliminar doenças e pobreza, bem como auxiliar no combate às alterações climáticas, explica o físico, mas alerta que os benefícios devem ser colocados na balança com as possíveis desvantagens: "A IA também traz problemas, como a possibilidade de desenvolvimento de poderosas armas autónomas, ou novas formas de uns poucos oprimirem uma maioria".

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Os avanços na área da Inteligência Artificial estão a crescer a um nível nunca antes visto, com um número cada vez maior de empresas a investirem mais recursos no desenvolvimento de tecnologia que pode imitar as funções do cérebro humano. "Julgo que não há grande diferença entre o que pode atingir o cérebro humano e o que um computador pode fazer", disse Stephen Hawking no seu discurso. E acrescentou: "Portanto, em teoria, o passo seguinte seria que os computadores pudessem emular a inteligência humana… talvez até excedê-la".

As inovações mais recentes nos veículos autónomos, o reconhecimento de voz, jornalismo feito por robots e as máquinas capazes de vencer humanos no complexo jogo chinês Go, são apenas alguns exemplos de que a era da IA já começou.

Hawking não é o único que se preocupa com os avanços desta tecnologia. Bill Gates, Steve Wozniak E Elon Musk também já expressaram opiniões semelhantes, acerca dos perigos que implica darmos demasiada autonomia às máquinas.

As investigações levadas a cabo no Centro Leverhulme serão "cruciais para o futuro da nossa civilização e das nossas espécies", assegura Hawking, e veremos filósofos, psicólogos, advogados e cientistas a trabalharem em conjunto, para supervisionarem as implicações de toda a tecnologia, desde os smartphones aos drones militares.