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EUA dizem que o cessar-fogo na Síria está mais próximo que nunca, enquanto atentados matam 140 pessoas num dia

O secretário de Estado norte-americano John Kerry disse no domingo que ele e seu colega russo, Sergei Lavrov, chegaram a um acordo provisório para cessar hostilidades na Síria.
Uma criança síria ferida num hospital em Damasco, 21 de fevereiro de 2016. Foto via SANA.

No domingo, o Estado Islâmico assumiu responsabilidade por uma série de ataques a bomba na capital síria, Damasco, e na cidade de Homs, que mataram pelo menos 140 pessoas.

Em Damasco, um carro-bomba seguido de dois ataques suicidas no distrito predominantemente xiita de Sayyudah Zaynab, mataram pelo menos 83 pessoas, segundo a agência de notícias síria SANA. Os feridos chegam a 178 pessoas. O templo xiita mais sagrado da Síria fica em Sayyidah Zaynab.

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Os ataques ocorreram apenas algumas horas depois de dois atentados que chacoalharam o bairro al Zahra em Homs, matando cerca de 60 pessoas, principalmente civis, segundo grupos de monitoramento. Al Zahra é o lar de minorias religiosas como xiitas, cristãos e alauitas – a seita a que pertence o presidente Bashar al Assad – e que tem sido alvo de vários atentados a bomba.

Enquanto isso, o secretário de Estado norte-americano John Kerry disse no domingo que ele e seu colega russo, Sergei Lavrov, chegaram a um acordo provisório para cessar hostilidades na Síria, e que os lados estão mais próximos de um cessar-fogo que nunca.

Ataques aéreos russos lançados em setembro contra os rebeldes que se opõem ao presidente Assad exacerbaram o sofrimento e a destruição na Síria, onde uma guerra civil de cinco anos já matou mais de um quarto de milhão de pessoas.

Assad disse no sábado que está pronto para um cessar-fogo, sob a condição de que os "terroristas" não tirem vantagem da calmaria e que os países apoiando os insurgentes interrompam todo auxílio.

A oposição síria disse antes que concordava com a "possibilidade" de uma trégua, desde que haja garantias de que os aliados de Damasco, incluindo a Rússia, parem com os ataques, que os cercos sejam levantados e que entrega de ajuda humanitária seja permitida em todo o país.

"Chegamos a um acordo provisório em princípio sob os termos de uma cessar-fogo que pode começar nos próximos dias", Kerry disse numa entrevista coletiva em Amã com o ministro das Relações Exteriores jordaniano Nasser Judeh.

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"As modalidades do cessar-fogo estão sendo completadas agora. Na verdade, estamos mais perto de cessar as hostilidades que nunca", disse Kerry, que também se encontrou com o Rei Abdullah.

Ele se recusou a entrar em detalhes sobre as questões ainda não resolvidas, dizendo que os dois lados estão "preenchendo as lacunas" do acordo. Como ele indicou, algumas questões ainda precisam ser resolvidas e ele não espera nenhuma mudança imediata na Síria.

Kerry também repetiu a posição norte-americana de que Assad precisa renunciar. "Com Assad lá, essa guerra não pode e não vai acabar", ele disse.

Tradução: Marina Schnoor

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