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O triunfo da primeira nação a ter todo seu território no espaço

Muitos duvidaram, mas o reino de Asgardia se iniciou na órbita terrestre.
Crédito: Conceito do artista para o Reino Espacial de Asgardia.

Asgardia, a pequena nação espacial, foi colocada em um pequeno satélite na órbita terrestre baixa na última quinta-feira. Isso a torna a primeira nação independente a ter 100% de seu território no espaço.

O Reino Espacial de Asgardia ainda não é, tecnicamente, uma nação — trata-se de uma organização não governamental sem fins lucrativos com base em Viena, na Áustria, e bancada pelo milionário russo Igor Ashurbeyli.

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A Asgardia-1, um pequeno satélite do tipo CubeSat, decolou do centro de lançamento da NASA Wallops Island, na Virgínia, dia 12 de novembro. Ela pegou carona em um foguete OA-08, como parte da missão de suprimentos para a Estação Espacial Internacional (ISS) chamada OA-8 Antares-Cygnus.

O satélite tem capacidade de 0,5 terabyte para armazenamento de dados e contém a Constituição de Asgardia – um documento que resume os pilares da nação espacial – bem como arquivos de imagens e textos enviados pelos cidadãos (pessoas que se “inscreveram” para se tornarem asgardianos e aceitaram sua Constituição), todos disponibilizados publicamente para consulta. Esse banco de dados é parte de um esforço que começou no ano passado para digitalizar e armazenar “a riqueza do conhecimento humano no espaço” (e acabou infringindo algumas leis aqui da terra, pois alguns asgardianos enviaram material protegido por direitos autorais).

“Essa etapa é importante para Asgardia porque marca a primeira vez na história em que o território de uma nação totalmente independente está no espaço”, me contou, por email, um porta-voz de Asgardia. “É um primeiro passo, mas é significativo no sentido de que põe todos os cidadãos de Asgardia no espaço em um modo virtual.” Atualmente, a Asgardia tem mais de 154 mil “cidadãos”, isto é, pessoas que se inscreveram e aceitaram sua constituição.

É uma boa quantidade de dados girando em órbita, mas não é nenhum disco dourado da Voyager. No momento do lançamento, essa riqueza do conhecimento humano calhou de ser mais uma coleção de selfies, alguns memes nerds e isso:

Parece adequado.

Mas os textos e as imagens armazenados no Asgardia-1 não são somente simbólicos da vida dos asgardianos: para a NASA, trata-se de um experimento que ajudará os cientistas a compreenderem como os dados se conservam durante longos períodos de tempo. Para os próximos dois anos, o satélite passará por testes de exposição à radiação que medirão a degradação dos dados. Os resultados serão utilizados para missões espaciais de longa duração.
Daqui a aproximadamente quatro anos, a Asgardia-1 sairá de órbita sozinha. Enquanto isso, você pode acompanhar o paradeiro do satélite sobre a Terra, em tempo real, aqui. O porta-voz me contou que a Asgardia planeja enviar mais satélites no futuro, com o objetivo de construir uma rede no espaço, incluindo plataformas espaciais. “E tudo terá começado com essa primeira pequena presença no espaço.”

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