Matéria originalmente publicada na VICE UK.No último sábado (27), foi a data do 73º aniversário da libertação dos campos de concentração e extermínio Auschwitz-Birkenau no sul da Polônia, onde aproximadamente 1 milhão de judeus foram assassinados pelos nazistas entre 1940 e 1945.Hoje, a cidade de Oświęcim, o nome polonês de Auschwitz, tem uma população de 40 mil pessoas e atrai mais de dois milhões de turistas por ano. Em 2016, o fotógrafo alemão Felix Adler passou seis semanas em Oświęcim, onde falou com os locais e ouviu o que eles acham de morar ao lado dos antigos campos da morte.
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Beata
“Pensando nisso, é estranho dizer 'Moro em Auschwitz'. Mas na verdade é bem normal. Por exemplo, esse novo shopping center que eu estava esperando acabou de abrir.”
Leszek
“Não escolhi morar em Auschwitz, é só o lugar onde nasci. E também um lugar onde consegui construir minha vida”, explica Leszek. Sua usina de carvão fica no local de uma antiga fábrica de munição Krupp, onde as pessoas eram obrigadas a produzir munição para a Alemanha Nazista.
Krzysztof
“Como Testemunha de Jeová, meu trabalho é espalhar a palavra de Deus em lugares como este também”, diz Krzysztof, na frente do Kingdom Hall local. “Fora o fato de que muitas pessoas morreram aqui – o que, claro, é muito ruim – Auschwitz é como qualquer outra cidade. As pessoas aqui estão sempre trabalhando para melhorar, e Deus pode ajudá-las nisso.”
Marija
“Gosto muito daqui, especialmente no verão. Na verdade nasci no leste da Polônia, perto de Lviv, que agora é parte da Ucrânia ocidental. Depois me mudei para Auschwitz.”
Darek
“Ah, não é tão ruim assim – a cidade é muito bonita e os turistas que vêm ver o campo sempre me dão dinheiro.”
Martin e Piotr
“É estranho quando você diz para alguém que é de Auschwitz”, diz Martin. “Uma vez, quando estávamos de férias em Poznan [Polônia ocidental] e dissemos para algumas pessoas de onde a gente era, elas perguntaram em que quartel a gente morava.”
Zbyszek
“Todo mundo aqui me chama de Rei!”
Jan
“Meu sobrinho é James A. Pawelczyk, o primeiro astronauta polonês no espaço”, diz o pescador Jan com muito orgulho.
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Tomasz
Tomasz vem para a beira do rio Sola todo dia tomar sol. A SS costumava jogar as cinzas dos crematórios dos campos no rio, enquanto Rudolf Höß, o comandante de Auschwitz, trazia seus filhos para brincar aqui.