O Que Aprendemos com a Impressão da Wikipédia

Imagens fornecidas pelo artista

Uma longa e árdua tarefa — esta é Print Wikipedia (Wikipédia Impressa), a mais recente obra de Michael Mandiberg. Conversamos com o artista sobre o valor poético que há em converter a maior fonte de informação e conhecimento humano em um livro de 5.244.111 páginas divididas em 7.471 volumes.

“Print Wikipedia é, ao mesmo tempo, uma visualização utilitária da maior coleção de conhecimento humano existente e uma explicitação poética da escala desumana de tantos dados”, diz Mandiberg. “Fazer de um livro uma intervenção é criticar os sistemas de ordem do mundo. Se livros são uma versão reduzida do universo, esta é a maior versão que alguém já viu.”

Mandiberg fez a impressão da obra em 24 dias, 3 horas e 18 minutos por meio do site Lulu.com, e o resultado ficou em exposição até dia 11 de julho na Denny Gallery, em Nova York. Segundo o artista, o projeto se revelou uma experiência educacional. Fomos até ele e eis o que Mandiberg nos contou:

1. “O livro físico está morto”, mas muitos ainda gostam deles. Muitas das pessoas que foram à galeria queriam conversar sobre os livros, queriam conversar sobre suas lembranças de infância, enciclopédias e sobre a materialidade do conhecimento.

2. Livros são uma unidade de medida muito útil. Não temos muita ideia de quanta informação cabe em um gigabyte de dados, mas podemos entender quanto tempo levaria para ler um livro…ou 7473!

3. A Wikipédia está cheia de listas. Muitas listas. São quase 600 volumes de listas. O conhecimento se estrutura de outras formas também. Incluí 28 volumes que começam com “Bat.” que são compêndios de batalhas. Da Batalha de Aachem à Batalha de Żyrzyn. Da mesma maneira, os 26 volumes que começam com “Novo” representam uma história estrutural de colonialismo e a revolução industrial.

Leia mais sobre Print Wikipedia e sua exposição, From Aaaaa! to ZZZap! (De Aaaaa! a ZZZap!) em nossas matérias anteriores. Faça sua própria impressão da Wikipédia através do Lulu.com e leia mais sobre a obra de Michael Mandiberg em sua página.

Tradução: Flavio Taam