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Tecnologia

Estudo garante que as aulas de manhã cedo são péssimas para os universitários

Neurocientistas querem que as universidades mudem aquelas aulas das oito da manhã para mais tarde. E não tem nada a ver com preguiça.
Drew Schwartz
Brooklyn, US
Foto via Flickr, utilizador reynermedia

Este artigo foi originalmente publicado na VICE USA.

Para além do facto óbvio de que as aulas agendadas para mais cedo são as piores, nos Estados Unidos, um estudo recente descobriu que podem mesmo ser lesivas para a capacidade de aprendizagem. De tal forma, que alguns investigadores estão a pressionar as universidades a marcarem as aulas para mais tarde, relata a NPR.

O estudo, publicado na edição deste mês da Frontiers in Human Neuroscience, revela que a maioria dos alunos universitários não deixam de parecer autênticos zombies até por volta das 10 ou 11 da manhã, que, é, pois, a hora ideal para a primeira aula do dia. Investigadores da Universidade do Nevada, Reno e da Universidade Aberta do Reino Unido, questionaram 190 caloiros e alunos do segundo ano sobre os seus hábitos de sono e produtividade, para determinarem o quão bem os seus cérebros funcionavam em diferentes horas do dia.

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A equipa descobriu ainda que uma larga maioria de pessoas em idade universitária não está programada para usar o cérebro de manhã cedo. Consideram-se "criaturas nocturnas" e, claro, a culpa é da biologia.

"Ao longo dos tempos têm surgido evidências decorrentes de estudos específicos sobre este assunto, que indicam que os relógios biológicos dos adolescentes estão programados de forma diferente dos de gente mais velha", disse à NPR a professora Mariah Evans, co-autora do estudo. E acrescentou: "Não tem nada a ver com preguiça. Não depende deles. Tem a ver com a forma como os seus corpos funcionam".

Por outras palavras, pedir a um jovem que se levante às sete e meia da manhã para ir ouvir um velhote qualquer a falar sobre o que que quer que seja, é basicamente a mesma coisa que forçar um adulto a acordar às cinco da manhã para ir trabalhar.

Há anos que especialistas têm tentado alertar as escolas preparatórias e secundárias para alterarem o horário de início do dia escolar e, portanto, faz todo o sentido que os estudantes universitários - muitos deles também ainda adolescentes - beneficiem do mesmo método. "Nós queremos que os alunos aprendam. Temos tentado de todas as formas possíveis e imaginárias aumentar a performance académica, através de métodos que são menos eficazes do que uma solução gratuita que passa, simplesmente, por alterar horários", assegura Evans.


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