Perguntei pra uma astróloga como rebater quem odeia astrologia
Foto: Andy Schneider/Unsplash

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Αστρολογία

Perguntei pra uma astróloga como rebater quem odeia astrologia

Quem gosta curte, quem não curte compartilha o ódio.

Por mim a gente fazia o mapa da pessoa antes de saber o nome dela, ou a cor favorita e nome da mãe. Mas não, tem aquela galera que já vem logo de cara feia dizendo que isso não existe, que todas as previsões são muito amplas e facilmente adaptáveis, que isso é efeito de Barnum e sei lá mais o quê. Primeiro que astrologia não é religião, então você não precisa acreditar. Ela serve como ferramenta de autoconhecimento, porque só de pensar se aquela análise astral faz ou não sentido, você já pensa sobre quem e como você é – e pensar sobre si mesmo nunca é demais. Visto que não sou especialista no assunto, convidei a astróloga Amanda Martins, que estuda o assunto desde 2008 e ministra aulas em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, para me contar como podemos contra-atacar argumentos provenientes dos detratores do zodíaco.

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VICE: Para frases como “astrologia não pode ser comprovada cientificamente”, quais palavras você pode transmitir usando sua bolsinha baguete e luvas de pelica?
Amanda Martins: Tem várias coisas que não são comprovadas cientificamente. Se for olhar pra psicanálise, por exemplo, ela é algo empírico. Ela tem uma teoria, uma teoria sobre o sujeito. Os mitos também não são comprovados cientificamente, mas eles falam muito de nós e também dão conta de várias questões da humanidade ao longo da nossa história. A astrologia está nesse campo, ela não é para ser comprovada cientificamente, ela é algo do subjetivo, do humano, e o humano nem sempre pode mensurar e colocar no papel matematicamente, embora a astrologia use bastante de conhecimentos matemáticos e astronômicos pra falar do indivíduo. É algo que você precisa estudar pra poder dizer "gosto ou não gosto". Não gosto dessa palavra “acredito” porque não se trata de uma religião, é uma questão. “Eu gosto de matemática ou não gosto de matemática”, mas daí é com o indivíduo. É um conhecimento que ele está perdendo. E se as pessoas querem conhecer sobre, é de cada um.

"Os mitos também não são comprovados cientificamente, mas eles falam muito de nós" – Amanda Martins, astróloga

E se rolar um ódio tremendo do tema astrologia?
Acho que a gente perde muito tempo odiando coisas, é uma energia que se gasta que não é necessária. Que pena que as pessoas odeiam isso, mas cada um odeia o que quer e ama o que quer. É uma perda de energia, quando a gente pode tentar se aproximar e reconhecer outras coisas, procurar ampliar o nosso olhar, o nosso conhecimento. Se a gente conseguisse ao invés de odiar, se perguntar por que a astrologia atravessa os tempos, atravessa a história da humanidade há tantos anos, e não simplesmente considerar que nossos antepassados não tinham a tecnologia que temos hoje…. Se a gente puder não desdenhar os conhecimentos, ganhamos muito mais.

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E se questionarem a credibilidade de nossos amados sites Personare e Astrodienst?
Eles são confiáveis. O Personare e o Astro.com principalmente são muito confiáveis. Foram feitos por pessoas que têm um amplo conhecimento de astrologia. Claro que têm algoritmos, e claro que, por exemplo, o site dá ali um trânsito que está acontecendo na sua vida como, um trânsito de urano com lua. Daí ele vai mostrar algumas coisas que vão bater e outras não, não tem o sistema de casas junto, então não vai analisar o todo do mapa da pessoa, mas já te dá algumas pistas.

"A astrologia é algo do subjetivo, do humano, e o humano nem sempre pode mensurar e colocar no papel matematicamente"

Então eles não são tão precisos?
Tem que saber que isso é algo limitado, não sei se as pessoas têm essa noção. Estes são sites interessantes para um começo de conversa, digamos assim, pra quem quer começar a entender um pouco da astrologia. Tem bastante material, principalmente no Astro.com, que tem até material teórico e isso é interessante.

E se a criatura disser que o horóscopo do jornal é muito amplo e não ajuda em nada?
Existem grandes pesquisas sobre como esse conhecimento atravessa o tempo, uma coisa que vem da idade antiga, lá dos sumérios, e passa o tempo e ela não morre. Tantas outras coisas já morreram nesse período e isso não. Então eu não sei se é o horóscopo do jornal que contribuiu para a popularização da astrologia ou se a astrologia já era popularizada.

Mas o que falta pra rolar menos ódio de horóscopo?
Esse entendimento, de explicar pras pessoas que aquilo ali é uma perspectiva, um olhar simplificado e que não estamos nem analisando o sol ali no horóscopo. Tanto que alguns lugares já dizem assim: “Se você sabe seu ascendente, olhe a previsão do seu ascendente” – visto que não temos como fazer uma previsão do sol, porque não sabe onde é que cai o sol daquela pessoa no mapa dela, então se analisa o ascendente para fazer algum tipo de previsão a partir disso. Aí talvez se consiga alguma coisa mais correta.

E os profissionais que escrevem o horóscopo? São bons?
Acho que hoje a gente melhorou muito em vista do que era há um tempo atrás, a imprensa não dava bola e colocava jornalistas para escrever qualquer coisa e hoje não, hoje a gente tem muitas vezes astrólogos reconhecidos. Alguns profissionais às vezes não são tão éticos assim, mas têm outros que realmente tem um cuidado com a astrologia. E acho que isso vai sempre existir. Tem aquela pessoa que quer só a astrologia como entretenimento, e tem aquela pessoa que vai ver a astrologia de uma forma mais profunda, e buscar através dela realmente o autoconhecimento.

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