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Tecnologia

Estamos Ansiosos para Explorar Ceres

É a primeira vez que um veículo espacial visita um planeta anão – e novidades empolgantes vêm por aí.
​A vista de Ceres, da câmera da sonda Dawn. Crédito: NASA

Na manhã do último dia 6, a sonda espacial Dawn, da NASA, entrou em órbita ao redor do planeta anão Ceres, onde ficará até junho de 2016, chegando a 370 quilômetros da superfície. É um território desconhecido — é a primeira vez que um veículo espacial visita um planeta anão — e novidades empolgantes vêm por aí.

Agora que temos um objeto orbitando Ceres, enfim, é hora de voltar a pressionar a NASA para que descubram o que eram aquelas coisas brilhantes que viram na superfície do planeta anão. Todavia, dado que a agência levou sete anos e investiu 473 milhões de dólares para enviar a Dawn a essa jornada de bilhões de quilômetros, não é só isso que esperamos aprender.

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"Temos bastante coisa para fazer no próximo ano e meio, mas agora estamos a postos com reservas amplas e um plano robusto para alcançar nossos objetivos científicos", Chris Russell, principal investigador da missão Dawn, da Universidade da Califórnia, Los Angeles, disse num comunicado oficial.

Assim como Plutão, Ceres já foi considerado um planeta pleno, isso após ser brevemente conhecido como um cometa, na época em que foi descoberto, em 1801. Ceres foi rebaixado à "asteróide" na década de 1860, quando ficou claro que ele não estava sozinho entre Júpiter e Marte. Então, em 2006, foi reclassificado como "planeta anão", o que pode ser visto como promoção ou rebaixamento, dependendo de como você enxergar a questão, porque quando Ceres era considerado um asteróide, era o maior de todos — compreendendo 25 por cento da massa do cinturão de asteróides. Agora, é o menor planeta anão que há — Plutão é 14 vezes mais massivo, e as pessoas já ouviram falar dele.

Mas os corpos celestes não têm sentimentos, então quem se importa com a categorização deles, né? O cara que descobriu Ceres achou que era um cometa, fato que prenunciou um dos mistérios mais intrigantes de lá: Tem água? Onde exatamente? E quanta?

Ano passado, o telescópio Herschel detectou plumas de vapor d'água vindo da superfície do planeta anão. Foi a primeira vez que evidências de gelo foram encontradas em um objeto do cinturão de asteróides. Cientistas acreditam que talvez haja um oceano congelado sob a superfície de Ceres. Capaz que tenha até calotas de gelo. E se Ceres for mesmo 25 por cento gelo, conforme cientistas estimam, então o planeta anão tem mais água fresca que a Terra inteira, apesar de ser do tamanho do Texas.

Pesquisadores dizem que o cinturão de asteróides é sobra dos primeiros milhões de anos da existência do nosso sistema solar, dissociado da condição de planeta pela massa de Júpiter. Segundo medições de meteoritos, Vesta, um asteróide que a Dawn visitou antes, formou-se em apenas 5-15 milhões de anos. Não temos um registro de meteoritos em Ceres — mais um motivo para a Dawn examinar o planeta. Ceres é uma espécie de fotografia do sistema solar primitivo, mas não sabemos exatamente de quando.

A Dawn ainda está a 61 mil quilômetros do planeta, então o primeiro mês em órbita será dedicado à aproximação, rumo a uma investigação inicial, que será realizada a 4.393 quilômetros de altitude. Receberemos as primeiras imagens em abril, estima a NASA. A essa altura, já teremos cessado a pressão para saber o que são os pontinhos cintilantes, e passaremos a fazer as perguntas que impulsionaram a Dawn até lá.

Tradução: Stephanie Fernandes