Fizemos uma lista de coisas que rodam 'Doom'
Doom rodando em uma câmera digital Kodak. Crédito: It Runs Doom!

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Tecnologia

Fizemos uma lista de coisas que rodam 'Doom'

Torradeira √

Rick já viu Doom, o célebre game de tiro em 1ª pessoa, rodar em um tantão de aparelhos. Ele o jogou numa câmera digital do começo dos anos 2000, em um caminhão com telão de LED, em um celular Nokia velho, em um Sansa Clip Zip da SanDisk e em um Zune. Todos eles estão no seu blog It Runs Doom!, dedicado a expor as tralhas eletrônicas que rodem o clássico joguinho.

Doom é um game bastante compatível com outros dispositivos porque a id Software o quis assim. Após o sucesso do título anterior, Wolfenstein 3D, a empresa viu que converter um game do DOS para outras plataformas era muito trabalhoso e tornou próximo título mais flexível em termos de código. Assim, em 1997, lançou publicamente o código-fonte de Doom – ainda que apenas a versão Linux por causa de sons protegidos por direitos autorais na original.

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Desde então, diversas versões modificadas do código foram criadas e lançadas. A possibilidade de terceiros fuçarem o código-fonte, arquitetarem mapas e mods manteve Doom vivo décadas depois e até mesmo John Romero, um dos criadores do jogo, lançou novos mapas para ele no mês passado.

"Quando Doom ainda era novidade e bastante popular, muitos consoles não podiam rodar o jogo direto", disse Rick. "Com as versões não-oficiais é mais fascinante ver como a tecnologia avançou a ponto em que dá pra rodar Doom de verdade em uma impressora."

It Runs Doom! não foi um conceito criado por Rick. Ele leva adiante o trabalho de outro blog chamado "It Plays Doom" que, para sua infelicidade, sumiu da internet. Rick admite que, por mais fascinado que seja por estes mods, é um "programador terrível". Os envios de fãs, conta, lhe mantêm bem ocupado. Segundo ele, a versão que mais o encanta é a conversão oficial de Doom para Super Nintendo, de 1995.

"O Super Nintendo simplesmente não tinha poder de processamento o bastante para rodar Doom", diz. "A id Software se opunha a trabalhar com a Nintendo de novo após complicações para levar o Wolfenstein à plataforma."

A versão de Super Nintendo de Doom foi desenvolvida por outra empresa, Williams, especializada em pinball. Acabou reconstruída do zero e apresentada à id Software. Tinha muitas limitações, claro. A tela foi comprimida por uma borda preta, os efeitos de fumaça e sangue saíram, e os inimigos sempre aparecem com um efeito meio Mona Lisa para liberar memória no cartucho. Ainda assim, apresentou algumas vantagens em relação a outras versões de console, como os inimigos cyberdemons e spiderdemons, que foram cortados de diversas outros ports. A trilha sonora, por sua vez, foi aclamada pelos fãs.

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Alguns dos hacks no site não passam de input. Mesmo assim, é surreal ver, décadas depois do lançamento do game, alguém o jogando em uma torradeira ou em um piano. Sistemas de entretenimento de voo, iPods velhos, um caixa eletrônico que uns hackers conseguiram por as mãos (o favorito de Rick) são alguns dos aparelhos em que você pode rodar Doom.

Curiosamente, uma das poucas coisas que Rick admite não rodar Doom são máquinas de fliperama – embora ele ressalte a memorável cena na loja de conveniência do filme Matador em Conflito em que um jovem desleixadão dos anos 90 joga Doom 2 sem dar a mínima para a violência ao seu redor. "Parece ser invenção de algum projetista de cenários", disse Rick. "Existiu uma máquina de Quake que quase foi lançada, tem uns protótipos por aí."

Para fins estatísticos e históricos, segue aqui a listinha de coisas que rodam Doom:

  • Câmera √
  • Torradeira √
  • MP3 Player √
  • Caminhão √
  • iPod velhão √
  • Caixa eletrônico √
  • Impressora √
  • Sistema de entretenimento de voo √
  • Piano √

E aqui uma listinha do que falta:

  • TV do transporte público
  • Outdoor digital
  • Geladeira de boteco
  • Espelho de banheiro
  • Tênis
  • Boné
  • Google Glass

A qualquer momento, voltamos com mais atualizações.

Tradução: Thiago "Índio" Silva