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Tecnologia

Um Indiano de 16 Anos Criou um Aparelho que Transforma Respiração em Palavras

Uma solução prática e barata para pessoas com Esclerose Lateral Amiotrófica, síndrome do encarceramento e qualquer paciente paralisado ou com algum distúrbio de fala.
Captura de tela: YouTube

Um adolescente indiano de 16 anos desenvolveu um aparelho que transforma respiração em palavras. Arsh Shah Dilbagi, um estudante de ensino médio, criou o TALK, um aparelho portátil e acessível destinado à pessoas com Esclerose Lateral Amiotrófica e síndrome do encarceramento – ou a qualquer paciente paralisado ou com algum distúrbio de fala. O protótipo de Dilbagi foi construído a partir de uma placa Arduino de 25 dólares. Seu custo total foi de US$80, um valor cem vezes menor do que o do dispositivo de Comunicação Aumentativa e Alternativa utilizado por Stephen Hawking.

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O TALK transforma a respiração de seu usuário em sinais elétricos por meio de um microfone MEMS, uma tecnologia de escuta muito avançada que possui um diafragma acoplado à um microchip de silício. O usuário deve possuir a capacidade de exalar em duas velocidades e intensidades distintas, de forma que sua respiração seja utilizada para soletrar palavras em código morse.

Um microprocessador transcreve esse fluxo de ar em pontos e linhas, convertendo-os em palavras. As palavras são então enviadas para um segundo microprocessador, que as transforma em voz. O código morse pode ser traduzido para o inglês ou programado para transmitir ordens e frase específicas. O aparelho possui nove vozes, de diferentes idades e gêneros.

Em um vídeo, Dilbagi (que prefere ser chamado de "Robo") explica a sua criação e aponta que 1.4% da população possui algum tipo de distúrbio de fala, e que a dificuldade de comunicação diminui a expectativa de vida dessas pessoas. Com seu aparelho extremamente acessível, ele tem a chance de dar voz à essa população e melhorar a vida de milhões de pessoas.

"Após testar o protótipo final em mim, em meus amigos e em meus parentes, consegui marcar uma reunião com o chefe do Departamente de Neurologia do Hospital Sir Ganga Ram, em Nova Déli, onde pude testar o TALK (sob a supervisão de um médico e em um ambiente controlado) em um paciente que sofria de Herpes Neonatal e Mal de Parkinson", escreveu Robo em seu relatório de projeto. "O paciente conseguiu exalar de forma correta, e o aparelho funcionou perfeitamente."

Dilbagi foi o único finalista asiático da Feira de Ciências Global do Google, uma competição voltada para cientistas-mirim de 13 a 18 anos. O processo de votação ocorreu ontem, pela internet. Outros projetos apresentados pelas crianças prodígio incluem moscas-robôs, uma nova forma de localizar quasares e um filtro ultra-sônico que reduz a emissão de gases poluentes por motores de carros.

Tradução: Ananda Pieratti