​Todos os meses de 2016 foram os mais quentes já registrados
Crédito: European Commission DG ECHO/Flickr

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​Todos os meses de 2016 foram os mais quentes já registrados

Janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho e julho. (Aguardemos os resultados de agosto.)

Apesar da velocidade que derretem as geleiras do Ártico, dos incêndios que aplacam as matas da América do Norte e da seca devastadora que atinge a África Oriental, ainda é bem fácil ignorar que o clima está mudando. Mas 2016 tem sido um ano marcante por suas temperaturas recordes e, logo na primeira quinzena, julho já se sobressaiu como o mês mais quente da história.

No final de agosto, a Administração de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) anunciou que julho foi o mês mais quente já registrado no planeta desde que os registros modernos tiveram início, em 1880.

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Vale ressaltar que julho costuma ser o mês mais quente de cada ano ao redor do planeta. Mas este julho em particular foi o mês mais quente já registrado na Terra — quebrando o recorde anterior, que pertencia à julho do ano passado.

Créditos: Ebony-Renee Baker

Recordes de temperatura são derrubados como dominós mês após mês, ano após ano. Embora julho se destaque, cada mês consecutivo de 2016 quebrou seu recorde anterior (maio de 2016 foi o mês de maio mais quente, abril de 2016 foi o mês de abril mais quente, etc.). Veja bem: junho de 2016 foi o mês de junho mais quente já registrado.

Maio também.

Abril destruiu os recordes anteriores de temperatura.

E março também, de longe.

Fevereiro e janeiro de 2016 foram os mais quentes da história.

Créditos: NOAA

"A sucessão de recordes começou em maio de 2015", me contou a climatóloga Ahira Sanchez-Lugo. Nós nos superamos, estamos batendo os recordes que estabelecemos na mesma sequência, no ano passado.

Segundo a NOAA, julho foi o décimo quinto mês seguido em que a temperatura continental e oceânica global atingiu picos recorde. "Isso demarca a sequência mais longa dos 137 anos de registros da NOAA", diz o relatório. (A análise da NASA varia, mas só um pouquinho: a agência se refere a julho como o décimo mês de recordes seguidos.)

É quase certo que 2016 entrará na história como o ano mais quente já registrado na Terra, embora ainda precisemos aguardar os dados para confirmar o caso. Quando isso acontecer de fato, se acontecer, será o terceiro ano seguido de quebra de recordes, o que representaria um novo recorde por si só: não podemos esquecer que 2015 estabeleceu um recorde anual de temperaturas, batendo a marca anterior, de 2014.

"Deveríamos estar consternados", disse Sanchez-Lugo. "Precisamos pensar em formas de adaptação e mitigação. Caso contrário, as temperaturas continuarão subindo."

Espera-se que ano que vem seja ligeiramente menos intenso, com o implacável El Niño perdendo força. Mas a verdade é que as temperaturas recorde, mês após mês, ano após ano, já não são mais a exceção, e sim a norma.

Foto acima: A Etiópia vem enfrentando uma seca extrema ligada às condições climáticas do El Niño. A Comissão Europeia anunciou doações humanitárias em resposta.

Tradução: Stephanie Fernandes