Desde a última vez que estudei a tabela periódica, na aula de química do ensino médio, mais elementos foram acrescentados à icônica e colorida tabela de elementos químicos. Após a recente descoberta de quatro novos elementos, alguns especialistas afirmaram que a tabela periódica está, enfim, completa. No entanto, o vídeo acima, publicado pelo canal SciShow, questiona essa afirmação.Embora os cientistas já tenham descoberto e classificado 118 elementos, o verdadeiro número de elementos presentes na natureza é desconhecido. Na ciência moderna, os elementos são classificados de acordo com sua massa, e acredita-se que há um número atômico — ou número de massa dos átomos — máximo.
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O químico Elliot Quincy Adams afirmava que nenhum elemento poderia ter uma massa atômica maior do que 256. Hoje, porém, os elementos são classificados de acordo com seu número atômico, definido a partir do número de prótons presentes no núcleo do átomo. Mas em 1911, época na qual Adams realizava seus estudos, o próton ainda não havia sido descoberto. Na época também haviam várias tabelas periódicas (e não uma tabela padronizada como temos hoje), o que fez com que Adams sugerisse uma nova tabela que chegaria até a massa atômica de 256, o equivalente a um número atômico de 99 ou 100. Desde então, todavia, cientistas descobriram mais 18 elementos, tornando o padrão proposto por Adams obsoleto.Richard Feynman, outro químico, também profetizou que a tabela periódica seria algum dia concluída. Segundo seus estudos, um átomo com 137 ou mais prótons infrigiria a "relatividade especial", mobilizando, assim, mais elétrons para estabilizar a carga positiva de seu núcleo. Mais prótons no núcleo significam que os elétrons são atraídos com mais força. Logo, quanto maior o núcleo, mais rápidos os elétrons — em certo momento os elétrons ultrapassariam a velocidade da luz, o que é impossível.Os cálculos de Feynman estavam, no entanto, incorretos. Hoje sabe-se que o elemento-limite pode ter até 173 prótons (ao contrário dos 137 teorizados por Feynman). Ainda assim, quanto maior o elemento, mais instável ele se torna, o que impossibilitaria que ele existisse por mais de uma fração de segundo.Os físicos, no entanto, criaram o conceito de "ilhas de estabilidade" para explicar que alguns elementos são mais estáveis do que o esperado graças a sua estrutura. A primeira ilha de estabilidade começa por volta do número 122 ou 126 — não muito longe da descoberta mais recente, o elemento de número 118. Então sim: a tabela periódica pode estar prestes a receber novas adições.Tradução: Ananda Pieratti