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Tecnologia

Onde Diabos Foi Parar o Drone Perdido da USP?

Perderam um drone na USP. Acharam um drone na USP. Perderam o drone de novo.
PROCURA-SE O DONO DO DRONE! Crédito: Olga Roschel

​A humanidade vive perdendo umas coisas bem grandes tipo Atlântida, El Dorado, uns navios abaixo do Equador e no triângulo das Bermudas e até uns aviões. Então não é tão difícil perder um drone, né? Mas, pera lá: quem consegue perder um drone? E como um drone já perdido é perdido de novo? Existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a vã filosofia da FFLCH, unidade da Universidade de São Paulo (USP) onde uma estudante de letras encontrou um drone que, até então, sumiu de novo nos corredores que levam até o "Achados e Perdidos".

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No departamento anexo à administração, o assunto é letra-morta. Não tem drone nenhum por lá. Liguei duas vezes pra confirmar. "A pessoa tirou uma foto de um drone em cima de um dos balcões do prédio dizendo que ele foi encontrado, mas ele não está aqui", me disse um dos funcionários do setor que, sob a égide da burocracia, preferiu não se identificar. A pessoa em questão, ao contrário, se identificou. Ela se chama Olga, estudante caloura do curso de letras. Foi ela quem achou o bicho estatelado no chão na manhã dessa segunda-feira.

"Estava na aula de introdução de estudos clássicos. Minha janela dá pro que a gente chama de quadrado", me explicou a moça em uma conversa por telefone. "Eu ouvi um barulho, achei que era só um galho caindo, vi umas folhas caindo. Quando eu olhei pro chão vi que tinha uma coisa branca. Isso foi bem no começo da aula e eu fiquei olhando pra lá o tempo todo. Quando era meio dia, chamei os meus amigos para ir ver." Eis que surgiu, a olhos vistos, o drone. "Meu amigo falou pra eu não pegar porque vai que ele começava a voar e arranca minha cabeça."

Coragem, Olga, que esse drone não tem tanta força assim. O negócio até assusta, mas pela foto dá pra ver que esse modelo é amigável. Trata-se de um DJI Phantom com quatro asas rotatórias, quarenta centímetros de lado, vinte centímetros de altura e um quilo de tecnologia voadora. A Olga me disse que encontrou ele sem câmera, sem microfone, sem eira nem beira. Estava meio debilitado com uma perna tronxa. Quem sabe agonizava os últimos suspiros próprios a uma máquina romântica. "A luzinha dele estava piscando", lembrou ela.

Assim que resgatou o pobre, a moça correu pra frente da faculdade. "Sentei com ele ao lado do prédio e botei meu celular pra carregar pra tirar uma foto e postar no Facebook." Uma garota, disse Olga, lhe contou que um senhor estava procurando o drone ali havia um tempo. Ele não apareceu pra nossa heroína que, afirma, entregou o drone pro vigilante da recepção da sua unidade. "Eu não sabia como funcionava o 'Achados e Perdidos' daqui. Falei com o segurança do prédio, ele preencheu uma ficha e o drone ficou lá."

De ontem pra hoje esse drone sumiu da recepção. Ele não apareceu no "Achados e Perdidos". Também não parece plausível que ele tenha saído pra dar um rolê numa das festas da USP — se é que ainda tem — ou em alguma assembleia na Poli sobre segurança no uso de objetos voadores. Entramos em contato com uma das empresas que faz a segurança da FFLCH, a EVIK, mas eles não tinha nenhuma declaração a fazer até o fechamento dessa matéria. Por onde voa esse drone?