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Tecnologia

​Será que o Snapchat Acabou Capitalizando as Fotos de Gente Pelada?

O Snapcash permitirá a usuários enviarem dinheiro uns aos outros ao linkarem um cartão de débito ou crédito à sua conta no Square. Eita.
Crédito: Maurizio Pesce/​Flickr

A progressão do Snapchat de um aplicativo deliciosamente escandaloso criado para enviar fotos sem roupa para moços e moças bonitas para uma plataforma legítima de troca de mensagens foi fascinante de se ver. Ainda assim, vestígios de sua outrora escusa existência seguem existindo na forma de uma bem-documentada subcultura de pornografia amadora.

Tendo isso em vista, não é de se surpreender que quando o Snapchat anunciou seu novo sistema de pagamento in-app, Snapcash, a primeira reação da internet tenha sido, em linhas gerais, citando o usuário do Reddit Kaelteth, "…e a progressão à empresa pornográfica está completa".

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O Snapcash permitirá a usuários enviarem dinheiro uns aos outros ao linkarem um cartão de débito ou crédito à sua conta no Square, uma popular plataforma de comércio em dispositivos móveis para empresas e indivíduos. Ao digitar um '$' e uma quantia no campo de mensagens do aplicativo, você poderá enviar dinheiro a um usuário com o qual esteja conectado.

O fato de que o Snapchat é um local popular para trabalhadores(as) do ramo de entretenimento adulto – camgirls, por exemplo – anunciarem seus serviços e vender fotos é meio que um segredo escancarado.

Fóruns para estas profissionais são lotados com tópicos sobre quanto elas cobram aos seus clientes para dar acesso ao Snapchat e uma espécie de mercado negro surgiu em vários buracos da internet em que uns desgraçados compartilham os nomes de usuários de camgirls e estrelas pornô no Snapchat.

É óbvio que esses links são NSFW, dependendo de onde você trabalha, mas eu não sou teu chefe, nem um tira, nem tua mãe.

Logo após o mais recente e muito falado vazamento do Snapchat, em que hackers subiram ao menos 500 MB de fotos na rede, o ímpeto popular talvez seja o de se preocupar com a segurança do aplicativo. Invasões à parte, o Snapchat coleta diversos dados de seus usuários, incluindo as identidades de quem envia e recebe mensagens, bem como data e hora de mensagens enviadas.

Além disso, o aplicativo também recolhe informações dos dispositivos como modelo do hardware, identificadores únicos como o número IMEI e mais. Inclua os dados de seu cartão de crédito aí e é o suficiente para deixar qualquer profissional do sexo arisca.

Algumas, como a blogueira "Victoria Joy", do Tits and Sass, um site administrado por profissionais do sexo e dedicado à discussão da cultura deste serviço, já brocharam com o serviço por conta de sua segurança precária. De acordo com um post dela de junho, ela não o usará mais:

Profissionais do sexo que usam o Snapchat para fins de marketing e venda precisam saber que ele não é nada mais seguro que o site em que atuam. Elas precisam avaliar se levar seus clientes a outro aplicativo inseguro vale a pena. A diferença entre lidar com seus clientes em um site ou o Snapchat, é o que site tem ferramentas de segurança como bloqueio a usuários e bloqueio por IP.

Ainda é um mistério exatamente como o Snapcash funcionará dentro da subcultura das camgirls e estrelas pornô amadoras on-demand já presentes no Snapchat, mas é perfeitamente possível que a coisa vá adiante, de uma forma ou de outra. As fotos sem roupa já estão lá, afinal de contas, e o Snapchat pode, sem querer, ter deixado mais fácil tirar uma grana em cima delas.

Tradução: Thiago "Índio" Silva