​Como 'Pokémon Go' mudou minha rotina para melhor
Por incrível que pareça, me tornei menos sedentária. Crédito: Nintendo

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​Como 'Pokémon Go' mudou minha rotina para melhor

Por incrível que pareça, me tornei menos sedentária.

Nem preciso dizer que as pessoas andam meio alucinadas com o novo título da série Pokémon para smartphones, não é? Bem, quando recebi a chamada para participar do beta do Pokemon Go, meses atrás, saquei que seria assim. Na hora que aceitei o teste, tava meio atribulada com obrigações pós-E3 e pareceu uma boa desculpa pra dar um tempinho lá fora. Não fazia a menor ideia que, dali pra frente, meus dias seriam consumidos pela grande caçada aos bichos fictícios em realidade aumentada.

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Quando você começa Pokémon Go, cria um avatar de treinador feminino ou masculino com umas opções bem básicas de personalização. Diferentemente dos avatares com jeitão de anime dos jogos principais da série, tais criações tem visual mais realista. Não é exatamente ultra-detalhado, mas é uma aparência mais próxima de alguém que você encontraria andando pela rua. Sinto que isso foi feito de forma a enfatizar que você – sim, você! – é um Treinador Pokémon e agora, colega, o seu cotidiano conta com um mundo de monstrinhos de bolso a serem descobertos.

Crédito: Nintendo

As mecânicas básicas de Pokémon Go são simples. Você abre o aplicativo para verificar o que está ao seu redor. O app então detecta sua localização por meio de GPS e a usa para fornecer detalhes dos arredores, tais como que Pokémons estão escondidos num raio de 200 metros, onde se encontram Poké Stops e ginásios Pokémon. Tudo é mostrado em um mapinha que representa sua posição no mundo real e, enquanto você se move, o mapa é atualizado para mostrar mostrando novos locais e pontos de interesse para a sua jornada.

Ao encontrar uma das criaturas por aí, seu telefone tocará e o monstrinho aparecerá no mapa. Foi emocionante encontrar meu primeiro Pokémon enquanto ia até a farmácia, mas fui surpreendida quando me deram uma Pokébola e o app me instruiu a atirá-la no Bulbassauro. Isso mesmo: você não luta contra Pokémons selvagens como nos games originais, só sai jogando Pokébolas no bicho até que eles sejam capturados (uhu!) ou fujam (uh!). E isso acontece exatamente como você está imaginando: pegando a Pokébola com seu dedo e atirando em direção ao possível capturado. Caso jogue a bola na distância certa, verá uma animação de possível captura; caso erre, verá sua Pokébola rolar para longe.

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A sequência de "Pegue aquele Pokémon!" se dá em um campo de realidade aumentada, usando a câmera traseira do seu telefone para sobrepor o animal selvagem ao local onde você está. É um efeito bacana quando se está anda por aí, mas, quando você está em casa usando incensos dentro do jogo para atrair Ratattas para o seu quarto, fica meio esquisito. Isso tudo pode até complicar a captura dos bichinhos: você não só deve tomar cuidado ao atirar a Pokébola por meio da touchscreen do seu celular, mas também tem que manter o aparelho firme para que o bicho não saia do quadro. Felizmente, a Niantic, a desenvolvedora, tem opção para quem tem a mãozinha frenética como eu, que desliga a funcionalidade de RA da câmera em sequências de captura, substituindo a imagem por um fundo genérico, mantendo seu alvo no centro da tela. Habilitei-a e nunca mais olhei para trás.

Crédito: Nintendo

Pokémon maiores e mais fortes pelo visto são mais complicados de capturar. Eles escapam de Pokébolas comuns com frequência alarmante. Havia também alguns Pokémons que, por algum motivo misterioso, eu não conseguia capturar. Pokémons voadores grandes pareciam particularmente resistentes; atirei diversas Pokébolas que jurava estarem na área de captura e que não deram em nada. Meu recorde pessoal foram 70 atiradas em direção a um Golbat antes de desistir.

Ah, mencionei que o estoque de Pokébolas é limitado? Então, ele é. Nunca recuperarei aquelas 70 tentativas. O lado bom é que dá pra reestocá-las facinho se você não tiver preguiça de caminhar

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Veja bem, as Poké Stops estão em tudo que é lugar. Elas costumam corresponder a estátuas no shopping, fontes, relógios e hidrantes espalhados pelas ruas da cidade real. Quando você se aproxima fisicamente dos locais (sempre marcados no mapa do game por suas correspondências no mundo real), pode acessá-los para ganhar uma série aleatória de itens como Pokébolas e itens de cura. Caso visite Poké Stops o suficiente durante um dia, é possível acumular um número legal de Pokébolas, Revives e itens de cura de potencial variado. (Na versão demo, eles eram reabastecidos bem rápido, em cerca de cinco minutos, mas isso pode mudar. Porém, caso você não possa sair, há uma loja dentro do game que permite que você adquira itens essenciais como Pokébolas e outros que atraem Pokémons para locais específicos.)

Mas espera aí, pra que itens de cura se você não batalha com Pokémons selvagens? Aí que entram os Ginásios. De forma semelhante a Ingress, você joga por uma facção em especial – aqui você escolhe entre Vermelha, Azul e Amarela. Daí por diante você pode viajar por aí, descobrindo ginásios (que, como Poké Stops, estão associados a marcos no mundo real) e podendo tomá-los para a sua equipe.

Crédito: Nintendo

Ou, se você for como eu e tiver azar, entra na facção Azul só pra ver que todos os quatro ginásios próximos a você foram dominados pelas facções Vermelha e Amarela. Valeu, gente.

Ainda assim há muito que fazer em um ginásio controlado por facções rivais. Os ginásios funcionam com base em um sistema de prestígio, que determina seu nível e quantos Pokémons podem ser colocados ali para defendê-lo. Um ginásio com 1 de prestígio terá apenas um Pokémon, enquanto um de nível 3 terá até 3 defensores, e por aí vai. Para aumentar o prestígio dos ginásios de sua equipe, é possível colocar um de seus Pokémons mais fortes para agir como defensor (um por ginásio) e pode treiná-los ao botá-los para lutar contra as criaturinhas de seus parceiros de equipe. Caso queira diminuir o prestígio dos ginásios rivais, pode levar um time de até seis Pokémons para lutar contra seja lá quantos defensores aquele ginásio tem e, caso você vença, o prestígio diminui.

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Estas não são as típicas batalhas por turno baseadas em menus que você conhece e ama: aqui você ataca, se move e desvia ao tocar e deslizar os dedos pela tela. Cada Pokémon tem dois ataques, um comum e outro especial, logo, suas opções são bem limitadas. Além disso, é bom decorar os tipos de Pokémons porque os movimentos limitados dificultam o sucesso de Pokémons capturados recentemente.

Você deve estar se perguntando como se melhoram as habilidades de um Pokémon, né? Bom, você tem que usar um material chamado Stardust e itens específicos para cada espéci. Isso aumentará o nível de seus bichinhos e lhes dará mais poder nas lutas em ginásios. Com itens o bastante, você poderá evoluir seu Poké-amigo.

E, rapaz, eu peguei muitos itens. Na selva de pedra aqui perto da minha casa encontrei diversos Pidgeys, Ratattas e Zubats o suficiente para me levar ao passado, época em que jogava Pokémon em seu cartucho azul no Game Boy. Você pode trocar os Pokémons que não usa com o Professor por mais itens, o que permite que você aumente o nível daqueles com maior potencial mais rapidamente, mas, caso queira variedade na sua equipe, vai ter que passar um tempo fora de casa. Isso porque o jogo altera os tipos de Pokémon que você encontra com base em seus arredores – ir até o rio significa encontrar Pokémons do tipo água, por exemplo. Além disso, há também os ovos de Pokémon, que nos jogos originais chocam após percorrer certa distância. Aqui eles chocam quando você percorrer fisicamente tal distância, que, no meu caso, foi determinada ao verificar o app de saúde do meu iPhone. Se quer descobrir o que veio naquele ovo que você pegou, pode caminhar uns 10 km!

Fiquei com a impressão de que o pessoal da Niantic quer que os jogadores de Pokémon GO viajem para novos e interessantes locais que poderiam passar batido. O aplicativo certamente me convenceu a fazer o caminho mais longo indo e vindo de locais familiares – e acabei encontrando bastante coisa legal nesse processo. Se consigo capturar bichinhos virtuais enquanto aproveito melhor o mundo ao meu redor – bom, eu diria que isso é BEM legal.

Tradução: Thiago "Índio" Silva