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Tecnologia

Pesquisadores do Governo Americano Acham que Podemos Viver em um Holograma 2D

Os detalhes da pesquisa que ajudará a determinar se você e eu e tudo que existe vive ou não em um universo holográfico de duas dimensões.
Crédito: Doctor Popular/Flickr

Trabalhando com tecnologia de ponta em um trailer na área rural de Illinois, pesquisadores do governo norte-americano começaram hoje uma série de experimentos que, de acordo com eles, ajudará a determinar se você e eu e tudo que existe vive ou não em um universo holográfico de duas dimensões.

Soa completamente louco, mas as incongruências entre a teoria da relatividade de Einstein e algumas das descobertas de Max Planck sobre a natureza da matéria só podem ser explicadas se vivermos em uma ilusão holográfica meio Matrix, de acordo com Craig Hogan, diretor do Centro Fermilab de Astrofísica de Partículas, pertencente ao Departamento de Energia dos EUA.

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"Por milhares de anos, presumimos que o espaço é feito de pontos e linhas", ele disse a mim. "Talvez isto não esteja correto – ele pode ser feito de ondas, como a matéria e a energia."

A REALIDADE TEM UMA QUANTIDADE LIMITADA DE INFORMAÇÃO, COMO UM FILME NO NETFLIX QUANDO SEU PROVEDOR NÃO TE DÁ BANDA O SUFICIENTE

Em outras palavras, o espaço, e o universo, talvez não sejam inteiramente definidos – as posições das coisas podem não ser completamente definidas e talvez sejam transmitidas em pedacinhos quânticos que variam um pouco entre si. Craig compara com a ideia de "pixels" em uma foto. De longe você vê uma foto, mas aproxime o bastante e você verá pequenos pontos que compõem a imagem completa.

Uma das peças do Holômetro. Crédito: Fermilab

O espaço, e tudo que existe, podem ser tudo a mesma coisa, teoriza. Ou seja, se você der zoom o bastante na matéria, no espaço, a um nível muito além do sub-atômico, você poderá perceber que a existência é igualmente embaçada, e sempre se movendo levemente.

O barato é louco mesmo. Em um artigo que explica a teoria (disponibilizado abaixo, em inglês), ele afirma que "algumas das propriedades do espaço e tempo que parecem fundamentais, incluindo localização [onde as coisas estão], talvez surjam apenas como uma aproximação macroscópica do fluxo de informação em um sistema quântico".

Se for este o caso, isso significaria que o "mundo real é a tela de quatro dimensões definitiva". No artigo, ele afirma que a hipótese de sua equipe é que o espaço e o tempo são criados a partir de pequenos pedaços de informação que variam e que a relação entre espaço e tempo é criada usando o processamento de informações.

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Neste trailer mora o Holômetro. Crédito: Fermilab

Então, esta é a teoria. Mas como diabos comprová-la?

Em um laboratório chamado de Holômetro, que usa lasers extremamente poderosos, é claro.

O Fermilab explicou bem melhor do que eu poderia neste release:

Agora operando em força total, o Holômetro emprega um par de interferômetros próximos um do outro. Cada um envia um raio laser de um quilowatt (o equivalente a 200 mil canetinhas laser) para um divisor de raios e abaixo dois braços perpendiculares de 40 metros. A luz então é refletida em direção ao divisor onde os dos raios se recombinam, criando flutuações no brilho caso haja movimento. Os pesquisadores analisam estas flutuações na luz de retorno para verificar se o divisor está se movendo de alguma forma – sendo levado em uma tremulação do espaço em si.

Logo, se a equipe detectar algum movimento, é possível que o movimento seja causado pelo fato do espaço não ser uma coisa completamente certa, o que neste caso, significa que podemos estar vivendo na Matrix.

O holômetro Crédito: Fermilab

Hogan me disse que, se estamos mesmo vivendo em um holograma, "o efeito básico é que a realidade tem uma quantidade limitada de informação, como um filme do Netflix quando seu provedor não te dá banda o suficiente. Então tudo fica meio travado e embaçado. Nada fica completamente parado, mas sempre se movendo um pouquinho".

Hogan afirma que a equipe fará suas primeiras descobertas em um ano, mas é tudo que sabem até agora. "Não sei o que encontraremos", disse.

Você pode ler o artigo completo, em inglês, abaixo:

Tradução: Thiago "Índio" Silva