O governo dos EUA quer produzir balas biodegradáveis que viram plantas
Crédito: Beercha/ Wikimedia Commons

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O governo dos EUA quer produzir balas biodegradáveis que viram plantas

Poucas coisas são mais americanas do que o sonho do tiro sustentável.

Em uma reviravolta que mais parece uma pintura ruim do Banksy, o Departamento de Defesa Americano está aceitando propostas de empresas interessadas em fabricar balas biodegradáveis com sementes.

Divulgado no dia 30 de novembro pela agência de Pesquisa para a Inovação em Pequenas Empresas (SBIR) — uma empresa de capital de risco estatal —, o edital está em busca de um protótipo de munição que possa ser utilizado em campos de treinamento militar americanos. De acordo com o documento, o exército dos EUA atualmente fabrica e consome "centenas de milhares" de cartuchos em seus campos de treinamento, o que inclui desde balas de pequeno calibre a "granadas de 40mm, 61mm, 81mm e morteiros de 120mm, munição de tanque de 20mm; e artilharia de 155mm".

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Em geral, os estojos desses cartuchos são largados no chão após o uso e podem levar "centenas de anos ou mais" para se deteriorar, representando um grande risco ambiental aos corpos de água e à fauna locais. De acordo com o edital liberado pelo Departamento de Defesa, esses estojos também podem ser encontradas por civis incapazes de diferenciar a munição de treinamento da munição utilizada em combate.

A agência então pretende fabricar balas biodegradáveis a fim de neutralizar o impacto ambiental de seus treinamentos. No documento, cita uma série de materiais biodegradáveis — a fibra de bambu é um exemplo — já utilizados na produção de plásticos comerciais e que poderiam substituir os materiais utilizados em munições não-biodegradáveis.

Além disso, o Departamento de Defesa também quer que esses cartuchos biodegradáveis contenham sementes, tal como ocorre no material desenvolvido pelo Laboratório de Engenharia e Pesquisa em Regiões Frias do Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA. Elas devem ser desenvolvidas de forma a só germinarem após meses de incubação. Além de serem próprias para o consumo animal, as plantas que crescerão a partir das sementes irão contribuir para a compostagem das balas biodegradáveis.

As propostas de desenvolvimento desse novo tipo de munição devem ser apresentadas até o dia 8 de fevereiro. Por ora, apenas o tempo dirá se o sonho de um projétil sustentável está em vias de se tornar realidade.

Tradução: Ananda Pieratti