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Tecnologia

O Fundador do Oculus Rift Afirma: “Tamo Junto Com a Pornografia”

Sim, os pornôs de realidade virtual estão chegando.
Crédito: VirtualRealPorn

A Oculus VR não vai se meter entre seu Oculus Rift e a pornografia de realidade virtual, de acordo com anúncio da própria empresa.

O criador do Rift e fundador da Oculus, Palmer Luckey, deixou claro seu posicionamento sobre o assunto durante um debate realizado ontem na primeira Conferência de Realidade Virtual do Vale do Silício.

"O Rift é uma plataforma aberta", disse Luckey quando questionado à respeito de conteúdo adulto. "Não controlamos o tipo de software que será utilizado dentro dele."

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A Oculus VR ganhou bastante atenção da mídia depois que o Facebook comprou a empresa por US$ 2 bilhões em março de 2014. A companhia, dizem alguns analistas, é uma das principais candidatas a conquistar o setor de realidade virtual. De acordo com o site Variety, dois outros concorrentes, os representantes do Cardboard VR do Google e do Gear VR da Samsung, se esquivaram da pergunta.

Luckey comentou que estar aberto a todos os tipos de conteúdo é "importante" e contar com a presença da pornografia na plataforma pode ser vantajoso. Ainda é cedo para afirmar que a realidade virtual se tornará o futuro brilhante da mídia que a própria Oculus insiste ser, mas muitas grandes empresas já competem por um pedacinho deste bolo hipotético.

O headset da Sony, Project Morpheus, não receberá qualquer conteúdo pornográfico (ao menos não oficialmente) já que foi desenvolvido para atuar em conjunto com o Playstation 4, que tem uma política restrita que impede aquilo que a ESRB (o Entertainment Software Rating Board, o órgão americano que define as faixas etárias de cada produto de entretenimento) define como conteúdo Somente Para Adultos.

O outro grande concorrente na seara da realidade virtual, o headset HTC Vive, que emprega tecnologia da empresa de games Valve, já lançou seu kit de desenvolvimento de software OpenVR, o que significa que as pessoas podem começar a criar conteúdo pornô.

Muitos comentaristas dizem que o papel da pornografia é fundamental para determinar quem vence a guerra dos formatos — teria sido com Betamax versus VHS e DVD HD versus Blu-ray. Esse argumento parece exagerado. O pornô por si só não terá o poder de determinar o vencedor na corrida entre dispositivos de realidade virtual, mas serve como bom indicador de que lado os early adopters, os primeiros compradores, estarão. Se há um monte de pornografia sendo feita e consumida em uma ou mais destas plataformas, o mínimo que se pode dizer é que há uma base de usuários ali.

Como era de se esperar, diversas empresas do ramo de entretenimento adulto estão conduzindo seus experimentos com realidade virtual. Dentre os exemplos, temos a empresa de apetrechos sexuais japonesa Tenga, que desenvolve uma espécie de braço robótico para simulação de sexo para uma experiência virtual mais imersiva. Outra é a Chathouse 3D, que é tipo um World of Warcraft em que você transa com outros avatares.

O apelo da pornografia feita em realidade virtual é óbvio, mas como dito pelo pioneiro da realidade virtual Jacki Morie ao Motherboard recentemente, até então é só uma ideia provocadora. Bem provocante, também.

Tradução: Thiago "Índio" Silva