​Os militares brasileiros não estão muito contentes com os Pokémons nos quartéis

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​Os militares brasileiros não estão muito contentes com os Pokémons nos quartéis

Medidas para prevenir a “família militar” dos perigos do jogo já foram tomadas.

Não são só as ONGs ligadas à privacidade que se preocupam com a quantidade de informações acessadas via Pokémon Go. O Exército brasileiro também está incomodado com a possibilidade de ser espionado. Depois de um Tenente Coronel no Rio de Janeiro passar comunicado interno em um quartel em Triagem sobre os perigos de usar o app, o Exército Brasileiro decidiu proibir o jogo no interior de quartéis, bem como sua instalação em aparelhos eletrônicos da instituição.

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As medidas foram tomadas com base no excesso de permissões concedidas no momento da instalação do aplicativo, a exemplo do uso da câmera, do acesso ao GPS e do microfone do aparelho. Elas possibilitariam, segundo nota do Exército enviada ao Motherboard, "mapear a localização e as áreas por onde o usuário passou, enviar para o servidor da empresa fotografias ou vídeos do local onde os personagens foram capturados, permitindo obter dados sobre o ambiente de trabalho".

No mesmo comunicado, o órgão afirmou que também está trabalhando para "alertar a família militar sobre os riscos da exposição dos dispositivos eletrônicos e das consequências reais das distrações em ambientes públicos".

O Exército não é a única das Forças Armadas a querer limitar a captura de Pikachus, Squirtles e Bulbassauros em suas dependências. A Marinha Brasileira também emitiu comunicados internos em que foi vetado o uso do aplicativo pelos mesmos motivos, assim como quaisquer outros que utilizem câmera, GPS e microfone.

Não é a primeira vez que o jogo da Niantic Inc. gera controvérsia envolvendo militares. Alguns países como Indonésia, Israel e China proibiram os soldados de jogar em suas instalações ou mesmo de instalar o jogo em seus aparelhos, por razões bastante semelhantes às do Exército Brasileiro. Também foram registrados casos de soldados jogando em situações insólitas como em treinamentos ou até em combates.

A polêmica envolvendo o excesso de permissões requeridas pelo aplicativo chegou a levantar questões e teorias de que Pokémon Go seria parte de um plano da CIA para vigilância global. Embora seja um pouco demais sugerir esta relação direta entre a agência de informação e Pokémon, o CEO da NIantic, John Hanke, esteve à frente da empresa Keyhole que possuía financiamento da agência e mais tarde viria a se tornar o Google Earth, segundo informações do The Intercept.

Então já sabe: se você, jovem que atingiu a idade de se alistar no exército e foi convocado, é melhor deixar seu boné de Ash e o Pokémon Go em casa.